No momento em que se acreditava que o mundo deixaria a pandemia e seus terríveis impactos econômicos para trás, eis que surgem novas ameaças em escala global. Perceptível por todos que querem enxergar, os fatos mostram que a pandemia de covid-19 ainda está longe de ser uma tragédia superada. Além da clara ameaça trazida pelo aparecimento de uma nova variante ainda mais infecciosa do coronavírus, a ômicron, outros problemas de ordem econômica ameaçam abalar a frágil retomada mundial.
Enquanto as bolsas caem e o mundo se estremece diante da nova variante, operadores de logística têm que lidar com um grave problema: o encarecimento do frete marítimo, que pode levar o preço dos produtos importados a subirem até 11%. Caso se confirmem as previsões da Agência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), os preços para os consumidores de todo o globo devem crescer até 1,5%, uma péssima notícia para um mundo que já está às avessas com a inflação. Pior ainda para o Brasil, que tem importado até mesmo os alimentos mais básicos para dar vazão à sede de exportar soja e outras commodities.
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A escalada no preço do frete marítimo se une a uma série de outros fatores que comprometem os esforços pela retomada econômica. Da crise energética global, que fez os preços dos combustíveis dispararem, à falta de insumos e componentes eletrônicos, o mundo já vinha enfrentando uma dificuldade enorme para se recuperar dos efeitos da pandemia de covid-19. Com a chegada da ômicron, mercados globais entraram no ‘modo pânico’ e derreteram frente à nova ameaça. A incerteza volta a predominar.
Haverá novas pressões sobre os sistemas de saúde? Haverá novos lockdowns ao redor do mundo? São perguntas para as quais ainda não há uma resposta, aumentando as ansiedades de investidores e empresários. E como temos constatado desde o início da pandemia, essas ansiedades tendem a desaguar no bolso dos trabalhadores.
Esse quadro global de incertezas exige que o governo adote medidas mais assertivas em resposta à deterioração da economia nacional, que temos visto desde o início do terceiro trimestre, em grande parte como consequência da política de preços da Petrobras. O que o cenário mundial nos mostra é que a crise causada pela pandemia não terá uma solução em tão curto prazo como previa-se no começo do ano. Ou seja, não dá para esperar que a situação se normalize. É preciso tomar as rédeas da situação diante das novas ameaças.