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Opinião Quarta-feira, 30 de Agosto de 2023, 07:00 - A | A

Quarta-feira, 30 de Agosto de 2023, 07h:00 - A | A

ARTIGO COLETIVO

Engenharia e Soberania: MT no epicentro da transição energética e sustentabilidade

André Baby | Walter Aguiar*

A 78ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (SOEA), realizada em Gramado (RS), trouxe à tona discussões cruciais sobre o papel da engenharia na soberania nacional. Com temas que abrangeram desde mudanças climáticas até inovações tecnológicas, o evento destacou a importância do Brasil, e em especial do Mato Grosso, no cenário global de sustentabilidade e transição energética.

Em meio a esse cenário, as mudanças climáticas emergem como uma realidade inegável, cujos impactos são sentidos globalmente. A descarbonização, portanto, surge como uma resposta necessária. O Brasil, com sua vasta extensão territorial e diversidade ecológica, tem potencial para liderar essa transformação, e aqui em Mato Grosso, referência mundial em agricultura e produção de alimentos, assume um papel crucial, principalmente em políticas de uso e ocupação do solo e agropecuária de sequestro de carbono no Cerrado e Pantanal.

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Complementando essa visão, a vocação do Brasil e de MT para a transição energética é inquestionável. O país já figura entre os líderes em matrizes energéticas e elétricas sustentáveis e renováveis. O etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar e do milho, exemplifica como o Brasil e MT podem liderar a revolução na mobilidade veicular, consolidando-se como potências em biocombustíveis.

Por outro lado, a segurança alimentar emerge como uma questão intrínseca à soberania. Com uma população crescente e desafios climáticos emergentes, garantir o abastecimento alimentar é primordial para todos. Nosso estado com sua vasta produção agrícola, não apenas atende à demanda nacional, mas também contribui significativamente para a segurança alimentar global.

Assim, destacou o prêmio Nobel da Paz, Dr. Rattan Lal, sobre a importância que a agricultura dos estados de Rondônia e Mato Grosso representam para o mundo: “A agricultura do Brasil pode ser um modelo mundial para o sequestro de carbono, um sistema que pode e deve ser reproduzido, por exemplo, na África. É importante reproduzir o sistema do “milagre do cerrado”. (…) Planejar é o que precisamos, devolver a terra e a água para a natureza, e ao mesmo tempo aproveitar a produtividade, produzir mais com menos, baseado em ciência”.

Aspectos sobre os critérios Ambiental, Social e de Governança (ESG) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) se apresentam como pilares para um futuro sustentável, sendo a inteligência artificial, aliada a outras tecnologias emergentes poderá acelerar a realização desses objetivos, otimizando processos, melhorando a gestão de recursos naturais e impulsionando inovações. Mato Grosso, com sua vocação para a agroindústria e a tecnologia, está posicionado para ser um protagonista nessa jornada.

A 78ª SOEA reforçou a importância das engenharias, agronomia e geociências na construção de um Brasil mais sustentável e soberano. Mato Grosso, com sua liderança em agricultura, energia e inovação, está no epicentro dessa transformação. O Estado, o Conselho de Engenharia (CREA-MT) juntamente com o Brasil, tem o potencial e a responsabilidade de mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Enfrentaremos desafios, mas com otimismo e trabalho conjunto, serviremos como exemplo para a agroindústria mundial, pavimentando o caminho para um futuro mais verde e próspero.

*André Baby é engenheiro florestal, especialista em Gestão Ambiental e mestre em Sustentabilidade. Conselheiro do CREA-MT

*Walter Aguiar é engenheiro eletricista, especialista em Sustentabilidade e mestrando em Física Ambiental (UFMT). Conselheiro do CREA-MT.

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