A desigualdade de gênero é uma realidade que persiste em diversas esferas da sociedade, refletindo-se tanto no ambiente de trabalho quanto nas relações sociais. Apesar de avanços legislativos e culturais, as mulheres ainda enfrentam dificuldades significativas para alcançar as mesmas oportunidades e condições que os homens. Essa desigualdade é resultado de fatores históricos, culturais e estruturais que moldaram, ao longo dos séculos, uma sociedade baseada na hierarquia de gêneros.
Historicamente, a construção social do papel feminino foi marcada pela exclusão das mulheres dos espaços de poder e decisão. Em diversas culturas, elas foram limitadas ao ambiente doméstico, privadas de educação formal e de participação política. A lógica patriarcal que prevaleceu durante séculos naturalizou a ideia de inferioridade feminina, criando estigmas e expectativas que ainda hoje influenciam comportamentos e decisões.
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Na contemporaneidade, embora as mulheres tenham conquistado espaços importantes e desempenhem papel fundamental em todas as áreas da sociedade, os obstáculos à plena igualdade permanecem. No mercado de trabalho, as disparidades salariais são uma realidade constante: mulheres, em média, recebem menos do que homens que exercem as mesmas funções. Além disso, a ascensão a cargos de liderança é mais difícil para elas, e muitas enfrentam a chamada “dupla jornada”, dividindo-se entre o trabalho profissional e as responsabilidades domésticas.
As questões culturais também continuam a exercer grande influência. A sociedade ainda impõe padrões de comportamento e estética às mulheres, ao mesmo tempo em que normaliza atitudes discriminatórias e até mesmo violentas. A violência de gênero, por sua vez, é um reflexo extremo da desigualdade e do machismo estrutural, sendo um grave problema que atinge milhares de mulheres todos os anos, especialmente em contextos de vulnerabilidade.
Para transformar esse cenário, é necessário um esforço coletivo e contínuo. A educação tem papel central nesse processo, uma vez que é por meio dela que se formam consciências críticas e se rompem ciclos de preconceito. Políticas públicas voltadas à equidade de gênero, como a equiparação salarial, a licença parental compartilhada e o combate efetivo à violência contra a mulher, são fundamentais. O incentivo à participação feminina na política e em cargos de liderança também é um caminho essencial para que elas tenham voz ativa na construção de uma sociedade mais justa.
Conquistar a igualdade de gênero não é apenas garantir direitos às mulheres, mas promover uma transformação profunda nas estruturas sociais, tornando-as mais inclusivas, humanas e democráticas. A busca por equidade é um compromisso que deve ser assumido por todos, independentemente do gênero, com empatia, responsabilidade e ação.
Apoiarmos mulheres que almejam cargos políticos é muito importante para que possamos ocupar os espaços mostrando para o que viemos, e desenvolvendo políticas públicas que de fato caminhem para essa tão sonhada e necessária igualdade de gênero. Somos todos seres humanos.
*MICHELLE REGINA DE P. Z. DORILEO é advogada em Cuiabá