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Opinião Quinta-feira, 13 de Junho de 2024, 06:38 - A | A

Quinta-feira, 13 de Junho de 2024, 06h:38 - A | A

MARCELO PAGNAM

Como impulsionar a sustentabilidade em caixas eletrônicos e shoppings

Marcelo Pagnam*

Os caixas eletrônicos desempenham um papel vital na criação de uma experiência acolhedora e positiva em centros de comerciais no Brasil, como os shoppings. Enquanto os clientes exploram uma infinidade de ofertas e espaços de compras, entretenimento e alimentação, o dinheiro em espécie ajuda a proporcionar maior controle sobre os gastos. No entanto, há um potencial ainda raramente explorado quando se trata do funcionamento dos caixas eletrônicos nesses ambientes: a economia de energia. À medida que a sustentabilidade transcende de uma preocupação social para um imperativo de negócios, tanto os bancos quanto os shoppings precisam adotar uma abordagem mais verde para avançar em direção a um futuro mais sustentável, um caixa eletrônico de cada vez.

Mesmo com o avanço do PIX, o dinheiro em espécie ainda é o meio de pagamento preferido por uma parcela significativa da população. Muitos brasileiros gostam de realizar transações financeiras com dinheiro vivo, apesar do surgimento de alternativas digitais de pagamento. E grande parte dessas transações ocorrem justamente nos shoppings. Com 462 milhões de visitas a esses centros de compras por mês em média no Brasil somente em 2023, como aponta a Associação Brasileira de Shopping Centers, fica evidente a importância desses espaços na rotina da sociedade brasileira. Esse número destaca a relevância dos shoppings como centros de atividade econômica e social, estabelecendo-os como importante catalisadores do desenvolvimento econômico do país. Não é à toa que relevante parte dos ATMs disponíveis para a população hoje se encontram dentro desses centros comerciais.

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Ao mesmo tempo que parte importante dos brasileiros prefere realizar compras em dinheiro e em lojas físicas, a sustentabilidade ambiental também está no topo de sua lista de prioridades. Os consumidores esperam que práticas, produtos e serviços ecologicamente conscientes sejam a norma. Diante desse cenário, a sustentabilidade também é importante para os shopping centers e para as instituições financeiras, que estão cada vez mais atentos a formas concretas de reduzir sua pegada de carbono.

Conforme o Brasil se encaminha para alcançar seus objetivos ambientais e sociais, cada contribuição se torna vital. Os caixas eletrônicos têm um papel significativo na promoção de um mundo mais sustentável. ATMs que operam por horas ininterruptamente, sem qualquer gestão de energia, acabam gerando um alto consumo e emissões de dióxido de carbono significativas. Essa prática não apenas resulta em altos custos financeiros para o shopping, mas também tem um impacto importante no meio ambiente, ajudando a ampliar o já grande desperdício de energia que vemos no Brasil. No entanto, já é possível transformar essa operação em algo mais sustentável.

E se os caixas eletrônicos pudessem ser programados para desligar automaticamente durante os períodos de baixa demanda, sem afetar sua disponibilidade ou a experiência do cliente? Isso já acontece por meio da adoção de tecnologias que permitem configurações remotas para que ATMs entrem em modo de suspensão durante os períodos de inatividade e sejam reativados quando necessário. Essas tecnologias possibilitam definir quando exatamente, e por quanto tempo, os caixas eletrônicos devem ser desligados.

Ao adotar uma abordagem de ‘ATM mais verde’, podemos reduzir significativamente o consumo de energia e as emissões de carbono associadas ao funcionamento dos caixas eletrônicos. Isso beneficia o meio ambiente e gera economia financeira, sem comprometer a experiência do cliente. Essa iniciativa se une a outras focadas na produção de ATMs mais sustentáveis, como a utilização de tecnologias avançadas de segurança, que substituem proteções físicas dispendiosas e complexas por segurança lógica, diminuindo o peso dos ATMs. Também vale ressaltar o uso de recicladores de dinheiro, que reduzem a necessidade de abastecimento frequente. Essas ações ajudam a economizar matéria-prima e energia na produção, além de reduzir os custos de transporte do ATM e de valores, promovendo uma operação mais eficiente e ambientalmente responsável.

A transformação dos caixas eletrônicos em dispositivos mais sustentáveis se alinha com princípios de economia verde e com as exigências do consumidor moderno. A adoção de tecnologias de gestão de energia para ATMs em centros comerciais no Brasil, por exemplo, é uma medida viável e eficaz para promover a sustentabilidade. E o mesmo pode ser feito nas agências bancárias. Ao transformar os ATMs em dispositivos mais eficientes energeticamente, bancos e shoppings podem desempenhar um papel significativo na proteção do meio ambiente, um passo de cada vez.

*Marcelo Pagnam é diretor de Engenharia da Diebold Nixdorf no Brasil

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