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Opinião Quinta-feira, 19 de Setembro de 2024, 06:30 - A | A

Quinta-feira, 19 de Setembro de 2024, 06h:30 - A | A

GUILHERME HOPPE

Como a tecnologia e a inovação podem auxiliar na prevenção e combate às queimadas

Guilherme Hoppe*

Queimadas e incêndios florestais têm se tornado um problema cada vez mais grave no Brasil e no mundo, intensificados pelo clima seco e as mudanças climáticas. Esses eventos trazem consigo a devastação de áreas nativas, perdas de plantações, danos materiais, piora na qualidade do ar e, tragicamente, a perda de vidas humanas. No entanto, o avanço da tecnologia oferece ferramentas para combater e prevenir esses desastres. Cidades inteligentes e soluções de monitoramento rápido se destacam como alternativas para combater e prevenir esses desastres.

As cidades inteligentes utilizam uma combinação de sensores, inteligência artificial (IA), big data e Internet das Coisas (IoT) para monitorar e gerenciar os recursos naturais e responder rapidamente a situações de risco. Essas tecnologias permitem o monitoramento em tempo real de áreas vulneráveis ao fogo, prevenindo ou acelerando a resposta à ocorrência de queimadas e incêndios descontrolados.

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Um exemplo clássico é a cidade de Barcelona, na Espanha, onde a infraestrutura de IoT permite o monitoramento constante de variáveis ambientais como temperatura, umidade e qualidade do ar. Embora essa tecnologia seja aplicada em áreas urbanas, o conceito pode ser adaptado para regiões rurais e florestais no Brasil.

Uma das soluções mais promissoras para o monitoramento de queimadas no Brasil é oferecida pela startup Satélite Alerta. Usando imagens de satélites combinadas com algoritmos de inteligência artificial, a empresa consegue grandes extensões de terra e identificar focos de calor em tempo real. O sistema envia alertas para fazendeiros, bombeiros e órgãos públicos, permitindo que medidas preventivas sejam tomadas de imediato.

No estado da Califórnia, nos Estados Unidos, onde incêndios florestais são uma constante ameaça, o uso de torres de vigilância equipadas com câmeras de detecção de calor e sensores conectados via redes de smart cities tem sido uma ferramenta importante para a prevenção. Essas torres detectam elevações anormais de temperatura e focos de incêndio, permitindo uma resposta quase imediata por parte dos bombeiros e evitando a propagação descontrolada. Como resultado, a Califórnia tem conseguido evitar perdas de bilhões de dólares anualmente e, o mais importante, salvar vidas. No Brasil, essas soluções já começaram a ser adotadas em menor escala, em regiões como o Cerrado e o Pantanal.

Além dos benefícios econômicos, o uso de tecnologias de monitoramento contribui para a preservação de áreas nativas e da biodiversidade. No contexto das mudanças climáticas, as florestas atuam como um regulador essencial da temperatura global, absorvendo grandes quantidades de dióxido de carbono.

A adoção de tecnologias de smart cities e monitoramento inteligente no Brasil está apenas começando, mas os exemplos globais mostram que há um enorme potencial para reduzir os impactos das queimadas e preservar áreas nativas. É essencial investir em tecnologias como satélites de drones, além de infraestrutura de apoio, para mitigar queimadas, garantir a segurança das populações e contribuir para o combate às mudanças climáticas.

*Guilherme Hoppe é um profissional com mais de 15 anos de experiência no desenvolvimento de ecossistemas de inovação e na coordenação de ações integradas entre o poder público e a sociedade civil. Após migrar da administração de empresas tradicionais para focar no desenvolvimento de comunidades inovadoras e sustentáveis, coordenou uma agenda estratégica de desenvolvimento municipal por 10 anos no Rio Grande do Sul, resultando na revitalização de instituições, renovação de lideranças, realização de projetos e estruturação de novos instrumentos de governança social. Atualmente é Coordenador de Inovação no Ibrawork, um hub de inovação aberta com foco em smart cities que realiza programas, eventos e competições em diversas áreas, promovendo a internacionalização de startups brasileiras.

 

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