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Opinião Segunda-feira, 03 de Junho de 2024, 08:55 - A | A

Segunda-feira, 03 de Junho de 2024, 08h:55 - A | A

RICARDO PADILLA

A era da energia híbrida

Ricardo Padilla de Borbon Neves*

O futuro do Brasil é híbrido. Este é o mantra que ressoa não apenas nas salas de conferência, mas também nos corações daqueles que entendem a importância vital de repensar e reestruturar nosso setor energético. Recentemente, durante o XII Seminário de Energia, promovido pelo Sindenergia, foram vários debates intensos e perspicazes sobre o potencial transformador das usinas híbridas, que unem a força da energia hídrica com as promessas da energia solar e eólica.

No estado de Mato Grosso, onde 51% da matriz energética é proveniente de fonte hídrica, as usinas híbridas emergem como uma solução engenhosa e necessária. Pedro Dias, presidente do conselho da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (ABRAPCH), destacou a urgência de liberar o setor elétrico brasileiro das amarras do passado. Não podemos mais nos dar ao luxo de manter um sistema onde alguns pagam para que outros tenham energia, enquanto todos sofrem com custos elevados.

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As usinas híbridas não apenas integram diferentes fontes de energia, mas também oferecem respostas práticas para desafios regionais específicos. Luiz Santini, da GPS Energia, compartilhou a experiência de sucesso em Mato Grosso do Sul, onde uma usina híbrida combinando geração hidrelétrica e fotovoltaica demonstrou sua capacidade de adaptação durante períodos de seca, assegurando um fornecimento estável de energia aos consumidores.

No entanto, não podemos ignorar os obstáculos que ainda persistem. Questões regulatórias e burocráticas continuam a ser um entrave significativo para a expansão desses projetos inovadores. É imperativo que as autoridades reconheçam e apoiem o potencial das usinas híbridas, facilitando o processo de implementação e garantindo um ambiente propício para investimentos.

Além de seu impacto na geração de energia, as usinas híbridas também oferecem oportunidades para enfrentar desafios socioeconômicos urgentes como a redução dos custos dos fertilizantes em Mato Grosso, em um estado fundamental para a agricultura brasileira, através da produção de amônia com energia hidráulica barata. Essa abordagem não apenas fortaleceria a segurança energética do estado, mas também poderia impulsionar a competitividade do setor agrícola nacional.

Além disso, a reativação de usinas hidrelétricas desativadas oferece uma oportunidade única de aliviar a pressão sobre o sistema elétrico, enquanto reduzimos o impacto ambiental. Muitas dessas usinas, construídas décadas atrás, foram desativadas devido a fatores econômicos e logísticos. No entanto, sua revitalização poderia ser realizada de forma econômica e ambientalmente sustentável, contribuindo para a diversificação da matriz energética e fortalecendo a resiliência do sistema.

À medida que avançamos em direção a um futuro cada vez mais complexo e interconectado, é crucial que abracemos a inovação e a colaboração. As usinas híbridas representam um passo significativo na direção certa, oferecendo uma visão promissora de um Brasil mais eficiente, sustentável e próspero. É hora de agir com determinação e visão, investindo no potencial ilimitado de nossos recursos naturais e tecnológicos para construir um futuro melhor para todos.

*Ricardo Padilla de Borbon Neves é empresário.

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