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Judiciário Terça-feira, 06 de Agosto de 2024, 17:21 - A | A

Terça-feira, 06 de Agosto de 2024, 17h:21 - A | A

OPERAÇÃO RAGNATELA

STJ nega liberdade a ex-assessor de vereador preso pela PF em Cuiabá

Defesa de Elzyo Jardel alegou que o fato de ele aparecer em fotos com armas não comprova perigo para a sociedade

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

O ex-assessor de vereador e promotor de festas Elzyo Jardel Xavier Pires teve pedido de habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele foi preso na Operação Ragnatela, deflagrada pelo Policia Federal em 5 de junho, sob a suspeita de integrar um esquema que usou casas noturnas de Cuiabá para lavar cerca de R$ 40 milhões para o Comando Vermelho. A decisão é da ministra Maria Thereza de Assis Moura.

Para tentar o relaxamento de prisão, a defesa de Elzyo Jardel alegou que o fato de ele aparecer em fotos com armas, incluindo um fuzil, não comprova o perigo dele para a sociedade. Porém, a ministra não acatou esse argumento e indicou que Jardel é apontado como suposto membro de organização criminosa.

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“Isso porque, compulsando os autos, verifica-se que a prisão tem por base a necessidade de garantia da ordem pública, em razão de o paciente ser, em tese, integrante de organização criminosa (fl. 29). Ante o exposto, com fundamento no art. 21-E, IV, c/c o art. 210, ambos do RISTJ, indefiro liminarmente o presente habeas corpus”, decidiu.

A defesa pediu pela revogação da prisão cautelar alegando que a prisão de Jardel foi mantida apenas por ele ter fotos com armas, sem a devida análise contextual.

Ao analisar o pedido, a ministra explicou que o pedido não pode ser aceito pelo STJ, pois ainda não foi analisado pela Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o que acarretaria em supressão de instância. Apesar disso, a ministra disse que não identificou ilegalidade na prisão do réu.

OPERAÇÃO

A Operação Ragnatela foi deflagrada no dia 5 de junho e cumpriu mais de 40 mandados, entre prisões preventivas e busca e apreensão. As investigações apontaram para um esquema de compra de casas noturnas e realização de eventos em Cuiabá para lavar dinheiro proveniente do tráfico exercido pela facção criminosa Comando Vermelho. As investigações apontam que o grupo 'lavou' cerca de R$ 40 milhões.

Entre os alvos da operação, ganharam destaque o DJ Everton Detona; o ex-proprietário da casa noturna Dallas, Willian Pereira ("Gordão"); o empresário Agner Soares; o vereador por Cuiabá, Paulo Henrique (MDB); e a influenciadora digital Stheffany Xavier.

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