Deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (15), a Operação Reset teve como objetivo encontrar o dossiê protocolado pelo ex-secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque, que denunciava o esquema de grampos telefônicos ilegais conhecido como a “Grampolândia Pantaneira”.
A operação teve como alvos os servidores Rosinaldo Nunes de Almeida, chefe do setor de Protocolo da Casa Civil, e Rosângela da Silva Oliveira, servidora aposentada do mesmo setor, que foram os responsáveis pelas alterações no protocolo do documento, realizado no ano de 2015.
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As ordens de busca e apreensão foram expedidas pelo juiz da Sétima Vara Criminal da Capital, Jean Garcia de Freitas Bezerra, no dia 3 de novembro deste ano.
As investigações, sob responsabilidade dos delegados Ana Cristina Feldner, Romildo Nogueira e Renato Resende, apontaram que o documento poderia estar na casa de um dos servidores. Rosinaldo e Rosângela também foram afastados dos respectivos cargos e proibidos de manter contato com os demais investigados.
“Com vistas a angariar novos elementos de convicção, bem como em virtude dos elementos indiciários que compõem o inquérito policial em apenso, os quais denotam substancial probabilidade de o documento extraviado estar no domicilio dos implicados, revela-se a imprescindibilidade da diligência pleiteada”, disse o magistrado, em sua decisão.
O dossiê foi protocolado por Zaque e recebido pela então servidora Rosângela no dia 14 de outubro de 2015. No mesmo dia, o protocolo sofreu três alterações, sendo as duas primeiras feitas por Rosângela, que tramitou o processo da Gerência de Protocolo e Postal da Casa Civil para o Protocolo do Gabinete do Governador. Após isso, o protocolo foi cancelado pela servidora.
A terceira alteração foi feita por Rosinaldo, que alterou a descrição do documento, sem alterar a numeração. Com isso, o protocolo passou a se referir a uma demanda para realização de obras em Juara e Sinop. Essa demanda, entretanto, estava carimbada como se tivesse sido recebida no dia 24 de setembro, 20 dias antes de ser registrada no protocolo.
“O que causa estranheza, fornecendo indícios de que aludido documento foi inserido no sistema para viabilizar a ocultação daquele entregue pelo então Secretário de Estado de Segurança Pública”, diz a decisão judicial.