O juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop, condenou três advogados por envolvimento com o Comando Vermelho. Hingritty Borges Mingotti, Jéssica Marostica e Roberto Luís de Oliveira foram condenados a 15 anos de prisão. Eles foram alvos da Operação Gravatas em março de 2024 e apontados como braço direito de faccionados, passando informações sobre a movimentação de policiais. A decisão foi publicada nesta segunda-feira, 13.
A Operação Gravatas, que revelou diversos nomes de advogados e até um policial militar que estavam envolvidos com o Comando Vermelho, trouxe mais alguns detalhes sobre a ação da facção criminosa que, coordenada com os advogados, estava "em cima" das ocorrências, chegando até a monitorar a viatura do município de Tapurah para saber quando um faccionado seria preso.
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A rede de monitoramento do crime ia muito além e, segundo a investigação, o policial militar Leonardo Qualio, lotado em Sinop, repassava os boletins de ocorrência e mandados de prisão para as lideranças da facção que estão presas.
Com a divulgação da informação, os criminosos podiam se organizar com mais clareza, chegando a saber com antecedência como seria a ação da Polícia.
Além disso, com a advogada Hingritty, os policias apreenderam R$ 144 mil em espécie, além de diversas anotações relacionadas supostamente ao tráfico de drogas. Quando os policias chegaram em sua casa, ela estava tentando se desfazer dos documentos com números, vulgos e transações bancarias.
Foram denunciados Hingritty Borges Mingotti (advogada), Jéssica Marostica (advogada), Leonardo Qualio (PM), Tallis de Lara Evangelista (advogado), Roberto Luís de Oliveira (advogado), Paulo Henrique Campos de Aguiar ("Noturno"), Robson Júnior Jardim dos Santos ("Sicredi") e Thiago Telles ("Dark").
- Hingritty Borges Mingotti – condenada a 5 anos e 4 meses de prisão, no regime semiaberto
- Jessica Daiane Marostica – condenada a 4 anos e 8 meses de prisão, no regime semiaberto.
- Paulo Henrique Campos de Aguiar – condenado a 6 anos e 2 meses de prisão, e regime fechado.
- Roberto Luis de Oliveira – condenado a 5 anos e 5 meses de prisão, no regime semiaberto.
- Robson Junior Jardim dos Santos – condenado a 6 anos e 2 meses de prisão, no regime fechado.
- Tallis de Lara Evangelista – foi absolvido das acusações.
- Tiago Telles – condenado a 7 anos e 1 mês de prisão, no regime fechado.
O magistrado deu a Roberto Luis e Hingritty o direito de recorrer em liberdade. Eles devem manter o telefone e o endereço atualizados, não podem exercer atividades funcionais na esfera criminal, proibição de frequentar estabelecimentos criminais e unidades policiais, recolhimento entre às 22h e às 5h, monitoramento eletrônico e recolhimento do passaporte.