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Judiciário Quarta-feira, 30 de Agosto de 2023, 18:03 - A | A

Quarta-feira, 30 de Agosto de 2023, 18h:03 - A | A

DUPLO ASSASSINATO

Filho de ex-governador engoliu 30 comprimidos para se matar na prisão, diz juíza

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

Preso desde o último dia 18 de janeiro por duplo homicídio, o empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra não conseguiu converter sua situação para prisão domiciliar. Sua defesa alegou que ele precisa de cuidados específicos, com remédios e alimentação balanceada, por ser portador de diabetes mellitus, hipertensão e neuropatia, mas não conseguiu convencer a Justiça. Ao analisar o caso, a juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, da 1ª Vara Esp. de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá, citou que ele tem recebido atendimento médico de qualidade na prisão. A decisão é da última quarta-feira, 23.

"Quanto à saúde mental do requerente o que se tem é, que em data próxima ao inicio do cárcere, este tentou suicídio ingerindo cerca de 30 comprimidos do remédio para hipertensão e que após o ocorrido, não mais tentou autoextermínio, pois passaram a controlar os seus medicamentos, o que demonstra que ele está tendo a devida e adequada assistência médica, haja vista estar recebendo a medicação e, que após o ocorrido, medidas de prevenção já foram tomadas para que tal tragédia não torne a ocorrer, o que inclusive, apresentou resultado positivo, haja vista não ter tal fato se repetido", mencionou a magistrada.

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O filho do ex-governador Carlos Bezerra foi preso em flagrante pela morte da ex-namorada Thays Machado, 44 anos, e o atual namorado dela Willian César Moreno, de 30 anos. Ele é o principal suspeito de ter disparado contra o casal em Cuiabá.

“Diante do exposto, indefiro o requerimento de conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar, formulado por Carlos Alberto Gomes Bezerra com qualificação nos autos, já que não restou comprovada a necessidade da medida, nos termos exigidos pelo art. 318, parágrafo único, do Código de Processo Penal”, decidiu a magistrada.

Ainda na decisão a juíza ordenou que o sistema penitenciário de Rondonópolis forneça, com urgência, assistência de saúde e psicológica ao preso.

A defesa apresentou vários laudos de médicos que já acompanhavam Carlos Alberto Gomes Bezerra antes da prisão informando que a saúde dele havia piorado após a detenção. Foi apresentado o laudo de uma endocrinologista, que o acompanhava desde 2019, afirmando que a diabetes dele havia descompensado.

Apesar dos argumentos da defesa, a juíza ainda destacou que Bezerra apresenta resistência para ingerir os medicamentos e se alimentar adequadamente.

“Apesar de argumentar que a unidade prisional não lhe fornece o tratamento adequado, extrai-se que o requerente apresenta resistência ao uso correto de medicamentos e de dieta, o que demonstra estar ele recebendo os medicamentos e dieta adequados, todavia, ele se recusa a seguir corretamente o que lhe é prescrito, não havendo que se falar aqui, portanto, de deficiência estrutural”, afirmou Corrêa.

Além de a defesa alegar que o sistema prisional teria piorado a saúde de Carlos, o advogado também alegou que o preso seria o responsável pelos cuidados de sua mãe, de 79 anos. Porém, nos autos a juíza conta que a genitora de Carlos está em pleno domínio de suas faculdades mentais e que tem outros filhos que possam cuidar dela.

Para saber mais sobre o caso, clique AQUI.

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