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Judiciário Segunda-feira, 22 de Julho de 2024, 18:13 - A | A

Segunda-feira, 22 de Julho de 2024, 18h:13 - A | A

CASO ZAMPIERI

Defesa de coronel que financiou morte de advogado acusa delegado de tortura

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

Igor Guilherme

Repórter | Estadão Mato Grosso

A advogada Sarah Quinetti Pironi, que está fazendo a defesa do coronel da reserva do Exército Brasileiro Etevaldo Caçadini, acusou o delegado da Policia Judiciaria Civil (PJC), Edson Pick, de torturar os indiciados. Nesta segunda-feira, 22, a advogada afirmou durante audiência de instrução, no Fórum de Cuiabá, que eles sofreram tortura psicológicas. O coronel foi apontado como o financiador do assassinato do advogado Roberto Zampieri em 5 de dezembro de 2023.

“O senhor tem a ciência que eles foram covardemente interrogados com pressões verbais e psicológicas, sendo inclusive ameaçados de irem para a ala do PCC [Primeiro Comando da Capital], se não falassem sem advogados e sem direito de ficarem calados”, acusou.

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Ela contou que o atirador, Antônio Gomes, e o Hedilerson Barbosa, que teria fornecido a arma do crime, teriam sido torturados. A jurista questionou o delegado da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Nilson Farias, se ele teria o conhecimento dos fatos.

“Com certeza não e nem acredito na afirmação, porque eu conheço o trabalho da Polícia Judicial Civil, respeito o meu colega, o doutor Edson Pick, e tenho certeza que isso não aconteceu”, disse o delegado.

Além de apontar que eles sofreram tortura durante os interrogatórios, a advogada pediu pela liberdade do coronel por estar debilitado. Ela pediu a reforma da prisão preventiva em prisão domiciliar, deixando ele sair apenas para consultas médicas e fisioterapia.

“Até porque o senhor sabe, ele é uma pessoa de quase 70 anos de idade, e as comorbidades dele não são comorbidades de serem tratadas dentro de uma cela ou dentro de uma sala de estado maior. O senhor entende o seu posicionamento e respeita com todo o meu coração. Mas é uma pessoa de quase 70 anos”, explicou.

Sarah também sustentou que eles não querem fugir da justiça e adquirir regalias como o passaporte, querem apenas que ele fique em casa e só saia para consultas e faça a fisioterapia.

Relembre o Caso

O advogado foi executado na noite do dia 5 de dezembro, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, enquanto entrava em seu carro. O assassino disparou 11 tiros contra a vítima, que morreu ainda no local. À época do crime, a investigação constatou um planejamento minucioso. O assassinato foi cometido próximo a uma base da Polícia Militar.

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