A Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) decidiu suspender por 30 dias o Processo Administrativo contra o juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá. Isso porque o processo administrativo contra o juiz no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) ainda não foi concluso. Os processos no âmbito nacional e estadual foram instaurados após Perri dar voz de prisão a uma mulher após ela criticar o assassino do filho em audiência. O documento foi assinado pelo ministro Mauro Campbell Marques, nesta terça-feira, 10.
“Considerando a informação prestada pela CGJ/TJMT, determino o sobrestamento deste Pedido de Providências por 30 (trinta) dias, com vistas à conclusão do julgamento. Dentro do prazo acima fixado, consoante exige a Resolução CNJ nº 135/2011, deverá a Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Mato Grosso prestar informações a respeito da conclusão da apuração em curso na origem”, diz documento.
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O corregedor pediu a suspensão do processo para esperar a conclusão do processo que está correndo na Corregedoria estadual. Além disso, o CNJ pediu que o TJMT o mantenha informado sobre todas as movimentações do estado com relação ao processo.
O TJMT esclareceu que o primeiro processo foi parado por pedido de vista do desembargador Rui Matos, o que fez o processo parar por 30 dias. Após a vista, o Ministério Publico Estado (MPMT) pediu Correição Parcial em desfavor de Perri após a paralisação do processo sem justificativa.
“Em novas informações, a CGJ/TJMT esclareceu que, após a sessão administrativa do Órgão Especial em que o Des. Rui Ramos Ribeiro (1º vogal) votou no sentido da aplicação da pena de censura, sendo acompanhando pelos 4º, 8º e 10º vogais, a conclusão do julgamento foi adiada em face da ausência justificada do Des. Paulo da Cunha, que tem vista”, explicou o TJMT.
É importante lembrar que o desembargador Paulo da Cunha se aposentou do TJMT no último dia 30 de agosto.
Sobre o caso
A cabelereira Sylvia Mirian Tolentino de Oliveira recebeu voz de prisão do juiz Wladymir Perri, durante uma audiência de instrução, no dia 29 de setembro de 2023, sobre o assassinato do filho dela, morto a tiros em 2016.
Quando a audiência foi encerrada, Sylvia se levantou e jogou um copo de plástico que segurava. Em seguida, ela se voltou ao réu e disse: "da justiça dos homens você escapou, mas da justiça Deus não escapa". Em seguida, recebeu voz de prisão.
Depois da audiência, a mãe foi levada para a delegacia e prestou depoimento. O delegado, no entanto, optou por não lavrar flagrante, pois concluiu que não havia provas.
Próximo de completar um ano do episódio, o processo contra o juiz ainda não foi concluído.