Autor dos cinco disparos que dizimaram a vida do empresário Toni Flor em agosto de 2020, Igor Espinosa teria ficado com remorso pelo crime e foi dominado pela melancolia. A informação é do delegado Marcel Gomes de Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em depoimento à Justiça nesta manhã de segunda-feira, 17 de outubro, durante o julgamento de Ana Flor, viúva de Toni e apontada como mandante do crime.
“Nós ouvimos a mãe do Igor e a namorada do Igor e ambas confirmaram que, de fato, ele tinha matado o lutador de jiu-jitsu na porta de uma academia. Tanto a mãe do Igor, quanto a namorada do Igor confirmaram isso e falaram que ele estava angustiado com esse fato e sempre encontrava ele encostado num canto do quarto chorando ajoelhado, que tinha feito uma merda na vida”, disse o delegado.
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Marcel também destacou que o próprio Igor confirmou a ele seu estado emocional, afirmando que estava aliviado por ser preso, como se um peso fosse retirado de suas costas.
“No momento que ele foi preso, ele falou 'ah, doutor, eu tô mais tranquilo agora, tô mais tranquilo'. Mas como assim, eu perguntei, você acabou de ser preso. Ele falou 'tirei um peso das costas'”, continuou o delegado.
Ainda em seu depoimento, o delegado relembrou o depoimento da mãe de Igor. À polícia, ela disse ter ouvido uma ligação do filho com outra pessoa, na qual ele dizia que, se preso fosse, entregaria todos os envolvidos.
A promessa se concretizou. Em seu depoimento, o delegado destacou que o autor dos disparos forneceu as informações que tinha durante seu interrogatório, o que ajudou na prisão dos demais envolvidos.
Além disso, o delegado aponta que Igor tinha medo de Ana Cláudia. Seu temor é que ela pudesse fazer algo contra ele ou sua família.
Após a prisão de Igor, a polícia pediu a prisão de Ana Cláudia Flor, Dieliton Silva e Wellington Albino, também envolvidos na morte do empresário. Com a prisão deles e o interrogatório dos dois homens, a polícia chegou ao nome de Ediane Aparecida, responsável por fazer o intermédio entre Ana Cláudia e os assassinos.
Ediane era manicure de Ana Cláudia e irmã de Sandro Lúcio, apontado como amante da viúva. Segundo o delegado, quando foram presos, os dois homens não sabiam o nome de Ediane, mas detalharam que a mulher morava no bairro Alvorada e tinha um irmão cabeleireiro em Poconé.
Em posse das informações, a polícia identificou o profissional que residia na cidade, puxou sua ficha e, com base na filiação, identificou que sua mãe tinha uma filha mulher, de nome Ediane, que residia no bairro Alvorada. Ela foi presa cinco dias após os demais envolvidos.
O CASO
Toni Flor foi assassinado em 11 de agosto de 2020, em frente à sua academia, no bairro Santa Marta, em Cuiabá. Após investigações, a polícia concluiu que o crime havia sido encomendado pela esposa.
Ana Cláudia Flor é a primeira a ser julgada. Ela é ré por homicídio com quatro qualificadoras: motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima, concurso de agentes e contra o cônjuge.