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Judiciário Quinta-feira, 01 de Agosto de 2024, 15:52 - A | A

Quinta-feira, 01 de Agosto de 2024, 15h:52 - A | A

VENDA DE SENTENÇAS

Afastamento de desembargadores causa desespero no Judiciário de MT

Tarley Carvalho

Editor-adjunto

O afastamento dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho deixou membros do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) de “cabelo em pé”. Os dois magistrados foram afastados por decisão da Corregedoria Nacional de Justiça nesta quinta-feira, 1º de agosto, por suspeita de existir no judiciário mato-grossense um esquema de venda de sentenças.

Conforme a reportagem apurou, o medo impera nos corredores do Poder Judiciário, devido ao risco de outros magistrados também serem afastados no âmbito da investigação.

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O afastamento foi motivado pelas investigações sobre a morte do advogado Roberto Zampieri, executado em dezembro do ano passado, em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.

O caso tramita no Judiciário mato-grossense, mas foi parar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após o juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, confiscar os dados do celular de Zampieri, colocando a si mesmo como único com acesso às informações, e decretar sigilo no caso. A determinação causou estranheza ao Ministério Público do Estado (MP-MT), que levou o caso ao CNJ.

O CNJ então determinou o envio dos dados à Corregedoria Nacional, o que acabou apontando para a existência desse suposto esquema de venda de sentenças. Ao afastar os dois desembargadores, a Corregedoria também determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados e de servidores do TJMT, referentes aos últimos cinco anos.

Ao divulgar a decisão, o CNJ apontou que os dois desembargadores tinham amizade íntima com Roberto Zampieri e que receberiam propina e presentes caros para julgar recursos conforme os interesses do advogado.

Essa influência de Zampieri com o Poder Judiciário já tinha vindo à tona em março deste ano. Na ocasião, o delegado Nilson Farias revelou que o produtor Anibal Laurindo havia afirmado em depoimento que Zampieri exercia forte influência nas decisões do alto escalão do TJMT, o que poderia prejudicá-lo nos processos de disputa de terra. Anibal é o principal suspeito de ser o mandante do crime e Nilson é o delegado responsável pelo caso.

Na época, Farias comentou que, apesar da declaração de Anibal, as investigações não apontaram nada em relação a isso.

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