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Judiciário Quarta-feira, 10 de Junho de 2020, 08:34 - A | A

Quarta-feira, 10 de Junho de 2020, 08h:34 - A | A

GRUPO REICAL

Advogado pede sigilo em processo que chama cliente de "analfabeta"

Redação Estadão Mato Grosso

Ricardo Gomes de Almeida, advogado da empresária Idê Gonsalves Guiamarães, protocolizou na manhã dessa terça-feira, 9, pedido de total sigilo no autos do processo que tramita na Primeira Câmara Cível de Direito Privado, sob relatoria da desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho. O pedido aconteceu no dia seguinte à publicação de matéria neste site, que trouxe a notícia de que o advogado Ricardo Almeida disse em reunião com outros advogados que sua cliente era “praticamente analfabeta”, já que saberia apenas “desenhar” o próprio nome. O advogado tenta ainda, na mesma petição, excluir dos autos do processo os áudios comprobatórios de tais declarações.

Segundo especialistas, o processo em questão não preenche requisitos para decretação de sigilo, pois todas as partes são maiores e capazes, além de tratar-se de direito disponível referente a uma questão empresarial.

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ENTENDA O CASO
Em decisão monocrática, proferida no dia 3 de junho, a desembargadora Nilza Maria Pôssas de Carvalho nomeou a senhora Idê Gonsalves Guimarães, como administradora da empresa em detrimento dos demais sócios que litigam entre si pela sucessão e herança do Grupo Reical, desde que seu fundador, José Carlos Guimarães, foi assassinado a mando do próprio filho, Carlos Renato Guimarães, em janeiro de 2009. O advogado que representa a sócia Idê Guimarães, Ricardo Gomes de Almeida, “confessou um dado importante” em reunião com representantes jurídicos dos demais sócios, que sua cliente seria “praticamente analfabeta”, já que consegue apenas “desenhar” o próprio nome. Esse “detalhe” porém, não foi impeditivo para que Idê fosse nomeada administradora do grupo empresarial avaliado em quatrocentos milhões de reais.

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