Após amargar mais um empate contra o Ceará em um jogo marcado pela briga generalizada e pela invasão de campo na Arena Castelão, o Cuiabá viu seu drama na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro se alongar. Com o placar de 1 a 1, a equipe permanece na 17ª colocação com 31 pontos, três a menos que o clube cearense.
Em entrevista coletiva após o apito final, o técnico António Oliveira destacou a situação de pânico vivida por ele e seus atletas no momento da invasão de campo. Ele conta que o episódio gerou comoção entre seus familiares, que enviaram mensagens perguntando seu estado de saúde.
“O pânico gerou-se. O jogo ainda estava a correr e eu abandonei. Tenho que proteger a mim e aos meus. Quando cheguei ao vestiário tinham mensagens da minha mulher, meus filhos, meus pais, da minha irmã. É natural essa preocupação, eles acompanharam o jogo. O futebol não é isso, é paixão, é amor. É um jogo fantástico, que move multidões, gera emoções, que nunca terá espaço para violência”, disse.
Oliveira continuou repudiando a ocorrência e citou o caso da invasão de torcedores na Indonésia como exemplo, onde 174 pessoas morreram durante um tumulto no dia 1º de outubro.
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“No futebol e em nenhum lado pode existir isso, como há pouco tempo houve na Indonésia. Esses tumultos são reprováveis e deve haver espaço para reflexão, para que um dia não haja uma tragédia”, afirmou.
O Cuiabá não fez um grande jogo. Criou poucas chances de gol e sofreu pressão do Ceará, mas a situação se complicou ainda mais após Igor Cariús receber o segundo cartão amarelo e ser expulso aos seis minutos do segundo tempo. Com um jogador a mais em campo, o Ceará cresceu na partida, mas não conseguiu furar a meta do Dourado.
A história do jogo parecia tomar rumos milagrosos quando o atacante Deyverson recebeu uma bola de presente da defesa do Ceará e saiu cara a cara com o goleiro João Ricardo. Deyverson não demonstrou nervosismo e driblou o goleirão para abrir o marcador do Dourado aos 37 minutos da segunda etapa. Este, aliás, foi o estopim para a briga generalizada nas arquibancadas, que levaria à paralisação do jogo mais tarde.
O resultado estava tirando o Auriverde da degola, até que a bola sobrou em um bate-rebate na pequena área do Cuiabá, e o matador Jô não perdoou, empatando a partida já aos 47 minutos. Logo após o gol, explodiu a confusão nas arquibancadas, que terminou com invasão do gramado e a interrupção da partida.
Apesar da frustação de ter sofrido o gol de empate no final da partida, Oliveira demonstrou esperança de que seus jogadores conseguirão livrar o clube do rebaixamento ainda nos últimos jogos da competição.
“O resumo final é muito orgulho dos meus jogadores e acho que hoje eles mostraram que querem e que desta forma vão se manter na elite do futebol brasileiro”, encerrou.
O Cuiabá terá uma semana cheia para se preparar para uma sequência de jogos apertada. O Dourado só volta a campo no próximo domingo, 23 de outubro, para encarar o Goiás na Arena Pantanal, às 17h (horário de MT). O Vozão também volta a campo no domingo, no mesmo horário do Dourado, mas vai encarar o Atlético Goianiense fora de casa.