Derrotado na disputa que o levaria ao comando do Palácio Alencastro, o candidato à Prefeitura de Cuiabá, Abílio (Podemos), se usou as redes sociais para se pronunciar nesta noite de domingo, 29 de novembro. Em um curto vídeo, com menos de 10 minutos de duração, o candidato derrotado agradeceu ao apoio recebido, alfinetou seu adversário e inimigo declarado, Emanuel Pinheiro (MDB), e acusou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por não ser efetivo no combate às fake news durante o processo eleitoral.
“A gente percebeu que nesse processo eleitoral, aquilo que o Tribunal Superior Eleitoral disse, que se deve evitar as fake news, porque a fake news poderia dar processos eleitorais e tudo o mais, a gente percebeu que acabou não dando em nada e que foi muita propaganda do Tribunal Superior Eleitoral. Infelizmente as fake news foram predominantes e que por ser predominante, a fake news interferiu e influenciou demais nesse processo eleitoral”, afirmou.
A prática de fake news consiste em tornar uma mentira em notícia. Embora o termo tenha ganhado popularidade há poucos anos, é uma prática bastante comum nos processos eleitorais.
Aproveitando para alfinetar seu adversário, o candidato afirmou que fez um bom trabalho e que dormirá tranquilo, sem medo de ser acordado pela Polícia Federal ou de responder a qualquer processo por corrupção.
Do começo ao fim sorridente, Abílio também relembrou que o atual prefeito, reeleito hoje pela sociedade cuiabana, ganhou repercussão nacional devido ao escândalo do paletó. Em 2017, o Jornal Nacional divulgou imagens do prefeito, quando ainda era deputado estadual por Mato Grosso, guardando maços de dinheiro em seu paletó. Segundo o ex-governador Silval Barbosa, em delação premiada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o dinheiro era correspondente a pagamento de propina.
Abílio, que hoje é vereador, também afirmou que não gostaria de ter a vitória que a base de Emanuel está gozando neste momento. Sem acusações diretas, o candidato derrotado deixou a entender que seu adversário não fez uma campanha limpa.
“Essa vitória que você [apoiador] está sentindo, eu não gostaria de ter. Essa vitória que a turma do paletó conseguiu ou, ainda, a forma que ela conseguiu, não é a vitória que a gente quis buscar. A gente quis fazer o certo pelo certo. Não vale a pena conquistar a vitória do jeito que vocês conquistaram”, disse.
O político também afirmou que tem conhecimento de derramamento de dinheiro por Emanuel para garantir sua vitória e de que essa e várias outras denúncias foram feitas à Justiça Eleitoral, ao STF e à Polícia Federal.
A DISPUTA
A disputa pela Prefeitura de Cuiabá foi marcada por barracos, alfinetadas e baixo nível do começo ao fim. Nos debates realizados, poucas foram as propostas apresentadas pelos candidatos.
O processo eleitoral foi polarizado entre Abílio e Emanuel, num clássico de “bem versus o mal”, onde cada um dos dois se intitulava como o “lado mocinho”. No segundo turno, a briga ficou ainda mais intensa. Abílio recebeu apoio de candidatos derrotados do primeiro turno.
Já Emanuel recebeu apoio crítico de boa parte da sociedade civil organizada, como militantes dos Direitos Humanos em seus vários segmentos. O apoio ao atual prefeito surgiu como protesto às falas de Abílio, consideradas por esses militantes como intolerantes.
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