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Economia Quarta-feira, 26 de Março de 2025, 07:00 - A | A

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SAFRA DE SOJA

Retomada de altas produtividades em MT provoca filas em Porto Velho

Milhares de carretas formam filas para descarregar e embarcar soja em Porto Velho, por onde passam cerca de 11 milhões de toneladas de soja e milho de MT

Felipe Leonel

Repórter | Estadão Mato Grosso

A retomada das boas produtividades da soja na safra 2024/25 em Mato Grosso e Rondônia tem provocado filas com mais de mil carretas em Porto Velho (RO), onde opera a Estação de Transbordo de Cargas (ETC). Por esse ponto logístico, passam cerca de 11 milhões de toneladas de soja e milho de MT por ano, além da safra de grãos de Rondônia.

Segundo informações da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Rondônia (Aprosoja-RO), a fila aumentou nos últimos dias. Porto Velho é um importante corredor logístico para a região Oeste de MT. Após serem embarcados em barcaças, os grãos são transportados até os Portos de Itacoatiara (AM) e Santarém (PA), onde são carregados em navios de carga e exportados.

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De acordo com o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, esse é um problema recorrente. O principal fator, segundo ele, é a soja produzida em Rondônia, que sai das lavouras e segue diretamente para as estações de transbordo, ainda necessitando de limpeza e secagem antes do embarque.

“Existe uma disputa entre a soja produzida em Rondônia e a que vem de MT. A soja de MT já chega limpa e seca, indo diretamente para as estações de transbordo e, de lá, para as barcaças. No caso da soja de Rondônia, ela precisa ser limpa e seca no porto, o que atrasa o processo”, explica Edeon. Ele acrescenta que o problema já está sendo solucionado.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Mato Grosso deve alcançar a marca de 49,62 milhões de toneladas de soja nesta temporada, um aumento de 27% em relação à safra 2023/24. A safra anterior foi duramente afetada pela estiagem prolongada, chuvas mal distribuídas e calor intenso.

Ainda segundo o Instituto, a colheita da soja está próxima do fim em Mato Grosso, com 99,48% da área colhida até a última sexta-feira (21.03). Uma das regiões mais atrasadas é a Oeste, com 98,55% da área colhida, sendo que grande parte dessa produção é transportada por Porto Velho. A região Nordeste também está entre as mais atrasadas, com 98,54% da área colhida.

O presidente do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis, Antonio César Brólio, destaca que, nesta safra, os agricultores do município devem colher cerca de 10 sacas a mais por hectare em comparação com anos anteriores, desconsiderando a safra 2023/24. Além disso, o plantio sofreu atrasos na região, o que impactou também a colheita da oleaginosa.

“Tivemos uma safra boa, desconsiderando o ano passado, quando a média de produção em Campo Novo foi péssima. Nos últimos anos, a média do município vinha sendo de 55 a 58 sacas por hectare. Neste ano, acreditamos que a produção será cerca de 10 sacas maior. Isso, naturalmente, significa mais cargas de soja”, pontua Brólio.

Brólio destaca também que no início da colheita houve atrasos nos carregamentos em Porto Velho, em razão de muitos produtores terem plantado praticamente ao mesmo tempo, o que provocou um maior acúmulo de grãos. "Atrasou lá no início. Tivemos alguns problemas nos embarques em Porto Velho e acumulou agora para março", conclui. 

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