Dollar R$ 5,66 Euro R$ 6,16
Dollar R$ 5,66 Euro R$ 6,16

Economia Terça-feira, 19 de Dezembro de 2023, 23:03 - A | A

Terça-feira, 19 de Dezembro de 2023, 23h:03 - A | A

EFEITO EL NIÑO

Quebra da safra de soja pode chegar a 20%, aponta estudo da Aprosoja

Ondas de calor e estiagem devem provocar perdas significativas na produtividade e redução da área plantada

Felipe Leonel | Assessoria

As ondas de calor e forte estiagem que assolaram Mato Grosso nos últimos meses devem causar uma quebra de até 20% na safra de soja 2023/24. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). O levantamento foi realizado com mais de 600 associados, abrangendo uma área de 862 mil hectares, o que representa 7,10% de toda área plantada de soja em Mato Grosso.

A pesquisa também aponta que os sojicultores de Mato Grosso devem colher 36,15 milhões de toneladas nesta temporada, 9,16 milhões a menos que na safra anterior, quando a produção foi de 45,31 milhões de toneladas, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)

- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)

A redução é pautada, principalmente, pela menor produtividade da soja, já que o desenvolvimento das plantas foi duramente afetado pela estiagem. Com isso, a produtividade deve cair de 62,30 sacas por hectare para 49,68 sc/ha nas propriedades pesquisadas.

De acordo com o projeto Aproclima, da Aprosoja-MT, as temperaturas máximas se mantiveram acima da média, em relação às registradas na safra passada, chegando até a casa dos 44 °C. Em Água Boa, na Região Leste, por exemplo, a máxima de outubro de 2023 foi de 43°C, contra 40°C em 2022. Já em novembro, a máxima foi de 40°C, contra 37°C no mesmo período de 2022.

Noutra região produtora, no Médio-Norte, no município de Vera, a redução no volume de precipitação também chama a atenção. Nos meses de setembro, outubro e novembro deste ano, o volume de chuvas foi 52% menor que no mesmo período de 2022. As informações completas estão disponíveis no perfil do @Aproclima no Instagram.

Os produtores também responderam sobre como estão as áreas plantadas. Em média, 34,31% das lavouras estão em boa ou ótima situação, 37,7% estão regulares e 27,58% estão ruins ou péssimas. O estudo também aponta que a situação pode se agravar caso não ocorram chuvas regulares nas próximas fases de desenvolvimento das plantas.  

REDUÇÃO DA ÁREA DE MILHO

O cenário de seca também provocou o atraso no plantio da oleaginosa e comprometeu a janela de semeadura do milho segunda safra, que deve ter área reduzida em 24,59%, aponta o levantamento. Segundo o Imea, o atraso na semeadura da soja nesta temporada é maior que a média dos últimos cinco anos.

A maior redução da área de milho segunda safra deve ser registrada na região Oeste, dentre as propriedades pesquisadas. Por lá, a redução pode ser de 42,31%. Já na região Leste, a redução deve ser de 25,42%; no Norte, 16,83% e, na região Sul, a área plantada do cereal deve ser 13,83% menor que na temporada anterior.

CLIMA E MERCADO

Além dos dados da pesquisa, equipes da Aprosoja/MT e do Imea, na expedição MT Clima e Mercado, percorreram mais de 8 mil quilômetros acompanhando in loco a situação das condições das lavouras. Os episódios da série estão disponíveis no YouTube da Aprosoja-MT.

search