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Economia Segunda-feira, 17 de Junho de 2024, 08:08 - A | A

Segunda-feira, 17 de Junho de 2024, 08h:08 - A | A

EXPANSÃO DE MERCADOS

Pet food une a produção do campo aos animais domésticos da cidade

O aumento na produção, aliado ao uso significativo de ingredientes agropecuários, demonstra a forte ligação entre o campo e a cidade

Cátia Alves

Editora-adjunta

O segmento de pet food no Brasil está em plena ascensão, em um crescimento significativo que impulsiona a economia nacional. O setor de alimentos para animais de estimação faturou cerca de R$ 36,8 bilhões em 2023, representando impressionantes 78% do total movimentado pelos negócios voltados a pets, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

A produção de alimentos para animais de companhia avançou 4,3% em 2023, alcançando 3,9 milhões de toneladas. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), a previsão para 2024 é superar a marca de 4 milhões de toneladas, consolidando o setor como um pilar essencial do agronegócio brasileiro.

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A produção de rações para cães e gatos, que em 2022 foi de 3,72 milhões de toneladas, aumentou para 3,88 milhões de toneladas em 2023. A expectativa para 2024 é de um crescimento contínuo, com previsão de chegar a 4,03 milhões de toneladas. Este crescimento não apenas reflete a robustez do setor, mas também destaca a importância dos ingredientes agrícolas na formulação desses produtos.

Cerca de 73,9% do faturamento do setor provém de produtos para nutrição animal, cuja composição é 95% agropecuária. Os principais ingredientes utilizados incluem milho, soja, arroz, trigo e carnes de aves, bovinos e peixes. Em 2023, foram utilizadas 1.479.012 toneladas de farelo de milho e 356.682 toneladas de farelo de soja na produção de rações para cães e gatos. Para 2024, espera-se um aumento para 1.537.775 toneladas de farelo de milho e 370.854 toneladas de farelo de soja.

Famílias investem cada vez mais em seus pets

O aumento no consumo de pet food está diretamente ligado ao valor que as famílias estão dispostas a gastar com seus animais de estimação. Em 2023, o pet food representou 78% do faturamento de todo o setor de pets, com R$ 36,8 bilhões. Em seguida, vem o pet vet, com R$ 6,8 bilhões, e o pet care, com R$ 3,09 bilhões.

Josenilda dos Santos Andrade, analista de departamento pessoal e moradora de Cuiabá, conta que 15% do orçamento familiar, cerca de mil reais, é destinado aos cuidados com Panda, sua fiel companheira. "Tendo em vista que ela faz tratamento de câncer, esse valor também engloba alimentação, remédios e cuidados de pet shop", contou ao Estadão Mato Grosso.

Na hora da escolha da ração, Josenilda lê toda a composição antes de decidir. O que pesa na escolha é qualidade do produto, o preço e o costume. "Além da ração, também acrescento frango desfiado, caso contrário a Panda não come". Essa prática é comum entre donos de pets. No entanto, a dieta de cada animal deve ser orientada por um profissional antes de qualquer mudança.

A importância de consultar um veterinário

A médica veterinária Nathali Massolini, dona de cinco pets, reforça a importância de uma dieta adequada. "O ideal é que cada paciente seja avaliado de forma individual para verificar suas necessidades, ainda mais em casos de hipersensibilidade", explicou.

Para seus gatos, Nathali fornece ração seca e alimento úmido (patês). Já a dieta da cachorra Meg inclui ração seca e, ocasionalmente, legumes e petiscos. "A ração dos meus pets foi escolhida com base na formulação e não pelo valor. Costumo gastar cerca de R$ 500 reais só em alimentação", detalhou.

Impacto econômico e geração de empregos

Além de impulsionar a produção agrícola, o setor de pet food tem um impacto positivo na geração de empregos. Em 2023, a agropecuária gerou 34.762 postos de trabalho, um aumento de 2,1% em comparação ao ano anterior. Esse crescimento reflete o aumento da demanda por produtos relacionados ao cuidado com animais de estimação.

Em Mato Grosso, por exemplo, há 3.223 negócios de pet shop, dos quais 938 são cadastrados como Microempreendedor Individual (MEI), 2.454 como Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) e 129 como Média e Grande Empresa. Cuiabá concentra 33,7% desses negócios, com 1.086 empresas.

Os números mostram que o segmento de pet food no Brasil está em franco crescimento, não apenas em termos de produção e faturamento, mas também em sua importância econômica e social. O aumento na produção de alimentos para animais de estimação, aliado ao uso significativo de ingredientes agropecuários, demonstra a forte ligação entre o campo e a cidade, ressaltando o papel do agro sustentável como motor da economia.

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