Mato Grosso aumentou suas exportações em 67,55% da safra 2021/2022 entre os meses de julho e novembro deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados na tarde dessa segunda-feira (5) no boletim semanal do milho pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
De acordo com o Imea, foram exportadas 17 milhões de toneladas, um recorde histórico nesse período. “Esse movimento foi pautado pela crescente demanda de milho mundial e menor oferta, o que impulsionou as compras de milho e a abertura de novos mercados”, diz. Já a receita teve alta de 132%, em US$ 4,78 bilhões, influenciada pelas cotações altas.
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Glauber Silveira, diretor da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), explica ao Estadão Mato Grosso que o aumento das exportações é uma tendência em MT, pois ano a ano, os produtores batem recordes de produção e precisam vender o cereal, pois não possuem capacidade de armazenar tamanha produção.
Somado a isso, a redução de participação do mercado pela Ucrânia, devido a guerra no país, além de os Estados Unidos não aumentarem sua produção e outros problemas para a produção, beneficiaram os produtores mato-grossenses, que conseguiram abrir novos mercados, como o da China para essa commodity.
Ademais, Mato Grosso tem melhorado sua produtividade por hectare e também aumentado a área de produção. Na próxima safra, 2022/2023, por exemplo, a produção deve aumentar em 17%, saindo de 39,64 milhões de toneladas na safra anterior para 46,41 milhões de toneladas. A área plantada deve sair de 6,22 milhões de hectares para 7,42 milhões.
“A gente vem crescendo em área e em produtividade, então, é normal que a gente possa estar exportando mais milho a cada ano. Esse é o objetivo, a cada ano batendo recorde de exportação de milho de Mato Grosso, esse ano vamos produzir mais e tem que exportar mais também, exportamos para muitos países”, afirma Glauber.
O estado deve exportar ainda mais o cereal, em razão da possibilidade de redução do consumo de milho pelas usinas de etanol devido ao aumento das cotações. De acordo com Glauber, alguns empreendimentos já estão reduzindo a intensidade das ações de olho no movimento das cotações do cereal.
“As usinas de etanol estão bastante preocupadas e recuaram um pouco na sua capacidade de expansão, de ampliação e crescimento. A gente tinha, por exemplo, de três a quatro usinas para serem montadas em Mato Grosso, mas os projetos estão andando bem mais devagar do que deveria por causa da questão do preço do milho”, alerta.