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Economia Quarta-feira, 26 de Outubro de 2022, 07:00 - A | A

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DINHEIRO

Mesmo com retorno da inflação, Banco Central deve manter taxa de juros em 13,75%

Economista acredita que o Copom vai segurar a atual taxa de juros até o mês de março de 2023

Felipe Leonel

Repórter | Estadão Mato Grosso

O Banco Central deve manter a atual taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% nesta quarta-feira (26). A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou nesta terça-feira (25), mesmo dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a prévia da inflação, o IPCA-15, que registrou alta de 0,16%, após dois meses do índice no negativo.

Mesmo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltando a ficar no positivo, o economista Vivaldo Lopes acredita que o Copom vai segurar a atual taxa de juros até o mês de março de 2023. Uma análise mais clara do cenário econômico, afirma Vivaldo, só poderá ser feita na última reunião do ano, no início de dezembro.

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“A minha análise é que amanhã não vai mexer nada, vai ficar do jeito que está, será uma reunião sem movimentação nenhuma”, afirma Vivaldo, em entrevista ao Estadão Mato Grosso.

Ainda de acordo com Vivaldo, a volta da inflação positiva, assim como a manutenção da Selic nos patamares atuais, já eram esperadas pelo mercado.

O economista também pontua que a deflação só foi possível com as mudanças tributárias que o Congresso Nacional fez por meio das leis 192 e 194, que reduziram o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis. Apesar dessas medidas, os preços dos combustíveis, especialmente da gasolina e etanol, voltaram a subir nas últimas semanas.

Além disso, a inflação dos alimentos voltou a pressionar o índice. Segundo o IBGE, o IPCA-15 constatou que houve uma deflação de -0,47% em setembro, enquanto em outubro o índice ficou em 0,21%. Dentre os grupos pesquisados, o de vestuário foi o que mais pesou, com alta de 1,43%. Saúde e cuidados pessoais vem na sequência, com 0,80% de alta.

Já os grupos de comunicação e transporte apresentaram deflação de -0,42% e -0,64%, respectivamente, resultado das mudanças do ICMS.

“Em outubro, acabou o ‘efeito combustível’, mas a inflação está próxima de zero. Então, eu acho que não justifica o Copom aumentar, pois a inflação não está assustando mais e deve se estabilizar entre 5,5% e 6% no final do ano. Também não é o momento de reduzir a Selic para estimular o consumo. O momento é de segurar mesmo”, avalia Vivaldo.

Além disso, há outros eventos no horizonte que reforçam essa necessidade de manter a taxa de juros alta, como a Copa do Mundo e as festividades de final de ano que, tradicionalmente, aumentam o consumo das famílias brasileiras e pressionam os preços para cima, especialmente dos alimentos.

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