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Economia Terça-feira, 05 de Setembro de 2023, 07:07 - A | A

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MAIS CARO QUE O PRODUTO

Custo do frete é o maior vilão do preço do gás de cozinha em MT, aponta pesquisa

Diferença de preço entre bairros da capital chega a R$ 67

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

Um levantamento feito pela Secretaria Adjunta de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon) mostrou que o preço médio do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para os cuiabanos é de R$ 111,30. Os dados foram colhidos entre os dias 21 a 25 de agosto. A mesma pesquisa aponta que o gás mais caro da capital é comercializado no bairro Ribeirão do Lipa, por R$ 148. A pesquisa foi feita com o valor do botijão de 13kg vendido na portaria, com dinheiro à vista e sem distinguir marca.

Foram analisados 95 estabelecimentos em Cuiabá e a diferença encontrada do maior valor para o menor é de R$ 67. Porém, a pesquisa do Procon constatou que o maior fator de influência na diferença de preços entre os bairros e munícipios de Mato Grosso é o frete para o transporte do GLP.

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Em entrevista ao jornal Estadão Mato Grosso, o coordenador de Fiscalização, Controle e Monitoramento de Mercado do Procon-MT, Ivo Vinícius Firmo, explicou que a diferença entre os valores do botijão de gás está relacionada ao frete e ao custo de aquisição da distribuidora.

“Até por isso que a gente tem falado bastante que a pesquisa de preços é fundamental. A gente tem que olhar perto esses casos, no bairro próximo, vai ter que considerar o frete poder buscar o gás na portaria. Então, tem que considerar todos esses preços para buscar o melhor preço. [...] Tem que analisar também se há poucos agentes econômicos no local, pouca concorrência, porque não tem muitas reservas autorizadas pela ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis]”, explicou Ivo.

Apesar de vários fatores contribuirem para deixar o gás mais caro, o Estado cobra o mesmo valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em todos os municípios. Segundo os dados do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindgás), o imposto cobrado é de R$ 1,26 por quilo do produto, totalizando R$ 16,34 no botijão de 13 kg. A alíquota está dentro da média nacional.

Apesar do grande valor de diferença na mesma cidade, o coordenador de fiscalização ressalta que as distribuidoras são livres para definir os preços, o que permite avaliar se há alinhamento de preços entre os concorrentes.

“Hoje o preço é livre e até bom que seja, porque tem avaliação. O problema quando se detecta, quando se vai analisar o mercado, quando existe uma discussão muito pequena de preços. Por exemplo, se a gente identificasse preços muito próximos, poderia indicar ali algum tipo de alinhamento de preços. Então, essa avaliação, no primeiro momento, não é ruim”, explicou Ivo.

Para economizar na hora de comprar o produto, Ivo recomenda a população a buscar por preços baixos no aplicativo do governo Nota MT.

Devido a vários fatores na cadeia do gás de cozinha, não há um valor limite que possa apontar para o preço abusivo do gás GLP. Porém, o consumidor pode denunciar um distribuidor se ele entender que o preço está alto. Nesses casos, o Procon fiscaliza e tenta entender o motivo do valor da revenda.

“O consumidor pode fazer a denúncia sempre que ele entender. Às vezes o estabelecimento está com preço alto, porque ele já comprou alto. Ele já está vendendo lá por R$ 140. Às vezes ele comprou por R$ 120, R$ 130. Então, ele está comprando caro e está revendendo caro. Às vezes ele não tem tanto capital para ter um estoque, para comprar grande quantidade. Então, ele compra menos”, explica Ivo.

Entre os bairros de Cuiabá, o preço médio do GLP mais barato encontrado foi no Centro Sul (R$ 95,00), seguido por Jardim Umuarama 2 (R$ 98,00) e Jardim Brasil (R$ 99,99). Já a média mais alta encontrada no Ribeirão do Lipa (R$ 134,00), seguido pelo Jardim Primeiro de Março (R$ 125,00) e Pedra 90 (R$ 123,33).

EM MATO GROSSO

A pesquisa também avaliou os preços em 23 municípios de diferentes regiões de Mato Grosso. A análise dos dados mostra que quanto mais ao norte do estado, mais caro fica o gás. Ivo explica que o frete é o principal fator que encarece o produto nas regiões mais ao norte.

“Então, essa é uma reclamação que sempre tem. Os prefeitos municipais, eles têm relatado que eles não consomem só o gás, né? A gente tem uma reclamação aí, de vários tipos de produtos, de alguns municípios. E aí, o que se relata, muitas vezes, os próprios fornecedores, não só desse segmento, mas de todos, eles sempre associam com o custo do frete”, conta Ivo.

Entre os municípios analisados, o preço médio mais barato para o GLP é encontrado em Várzea Grande (R$ 104,30), seguido por Tangará da Serra (R$ 106,25) e Cuiabá com (R$ 111,30). Já a média mais alta encontrada em Mato Grosso é de Aripuanã (R$ 153,64), seguido por Apiacás (R$ 150,00) e Confresa (R$ 145,71).

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