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Economia Sexta-feira, 04 de Novembro de 2022, 07:00 - A | A

Sexta-feira, 04 de Novembro de 2022, 07h:00 - A | A

CONSEQUÊNCIA NO BOLSO

Bloqueio em rodovias vai provocar aumento de preços, avalia economista

Felipe Leonel

Repórter | Estadão Mato Grosso

Os bloqueios em rodovias federais e estaduais de Mato Grosso, que já estão no quarto dia, devem provocar aumento de preços e da inflação, além de causar perda de arrecadação com Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A avaliação é do economista Vivaldo Lopes, que prevê a inflação voltando a subir com mais força em novembro.

Apesar dos problemas logísticos, o economista não acredita em desabastecimento, já que os bloqueios estão sendo reduzidos e autoridades já cogitam uso da força policial. O secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, disse nesta quarta que as forças de segurança estão prontas para serem acionadas, “caso o desbloqueio das vias públicas não aconteça”.

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A expectativa é que os desbloqueios sejam desfeitos até essa sexta-feira (4).

“Isso vai gerar aumento de preços, as mercadorias vão ficar mais caras, os fretes ficaram mais caros e vai começar a repor a normalidade no comércio. Essa falta de mercadorias, naturalmente, vai aumentar preços. Portanto, o grande resultado que vai ter dessa paralisação é aumento de preços em novembro”, afirma o economista.

Ademais, com menos mercadorias circulando e menos atividade industrial cai também a arrecadação do Estado com o ICMS nos próximos meses, em um momento onde o governador Mauro Mendes (União Brasil) já está preocupado com a queda na arrecadação, que vem sendo sentida desde o mês de setembro.

Já o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Cuiabá (Sincovaga), Kássio Catena, afirma que os efeitos dos bloqueios devem se perdurar pelos próximos meses, mesmo se o movimento for encerrado nos próximos dias. Isso porque algumas indústrias estão com falta de insumos.

No entanto, Catena tranquiliza a população para não se desesperar temendo um desabastecimento geral.

“Os supermercados estão estocados, a gente não tem problema de ruptura, não precisa de correria como houve na pré-pandeia. Só para tranquilizar a população mesmo, que o básico não vai faltar. Pode haver uma ruptura de uma fruta mais específica, uma verdura que não seja produzida aqui no estado, mas não há necessidade de pânico e desespero”, afirma.

O que mais preocupa o setor é a carne in natura, pois se os bloqueios perdurarem por mais dois dias, os estabelecimentos poderão ficar sem o produto e trabalhar apenas com a carne em embalagem a vácuo. Já os demais produtos, segundo Catena, estão com bons estoques, o que reduz o risco de desabastecimento.

“Mais dois dias parados e a gente começa a ter uma ruptura na carne fresca, a gente iria trabalhar somente com a carne embalada. [...] até então, não corre risco de desabastecimento porque as distribuidoras estão bem abastecidas aqui. Mas é óbvio que isso vai gerar um transtorno, porque a cadeia é como uma máquina, quando uma engrenagem para, lá na frente vai parar também”, alerta.

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