O possível aumento de até 90 centavos no preço do Gás Natural Veicular (GNV) em Mato Grosso será debatido em uma reunião nesta sexta-feira, 13 de julho, na Assembleia Legislativa. Representantes do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo-MT) afirmam que qualquer aumento no preço do GNV irá inviabilizar o uso do combustível, causando prejuízos aos empresários que investiram pesado para ampliar a infraestrutura de abastecimento.
A Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager-MT) afirma que o reajuste é necessário para recomposição do equilíbrio financeiro do contrato firmado com a Bolívia para compra de gás natural. A previsão é de que o preço do metro cúbico na origem suba de R$ 1,52 para R$ 2,41.
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Nelson Soares Jr., diretor-executivo do Sindipetróleo, explica que o preço do GNV hoje está pareado com o do etanol. Dessa forma, qualquer aumento no preço do gás pode fazer os motoristas abastecerem o outro combustível. O GNV é utilizado principalmente por motoristas de aplicativo e taxistas, pois apresenta economia em relação ao etanol.
"A gente tá trabalhando exatamente pra que esse aumento não chegue nesse patamar, né? Porque se chegar, aí a tendência é que você feche todos esses postos e os investidores aí vão perder o dinheiro", disse Nelson.
“Nos preços que estão hoje, não tem como você repassar nada no preço do gás. Se você aumentar o gás, ele vai passar o preço do etanol e aí ele vai ficar perdendo competitividade. [...] O consumidor vai acabar mudando a chave pro etanol e você não vende mais gás”, emendou.
O deputado estadual Diego Guimarães (Republicanos), presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Turismo da Assembleia Legislativa, lembrou que uma eventual paralisação nas vendas de gás natural pode causar prejuízos para o governo de Mato Grosso. Isso porque o Estado tem um contrato contínuo para compra de gás da Bolívia.
“O aumento vai impactar diretamente o consumidor e teríamos o declínio de consumo, podendo desestruturar uma cadeia que há muito tempo vem lutando para se estruturar, são cerca de 6 mil veículos que rodam com gás”, disse Diego.
“Mato Grosso tem contrato continuo com a Bolívia para fornecimento de gás e precisa ser consumido, se desestimular com o aumento de preço o estado vai ficar no prejuízo”, ressaltou.
Nas reuniões anteriores, o presidente da MT Gás, Aécio Rodrigues, e o presidente da Ager, Luis Alberto Nespolo, afirmaram que o teto da tarifa precisa ser reajustado, uma vez que os custos subiram e a tarifa não é atualizada desde setembro de 2021. No entanto, eles se comprometeram a buscar soluções para que não haja aumento na bomba.
