Um dos principais componentes das refeições do brasileiro, o arroz deve permanecer com seu preço elevado por mais algum tempo. A informação é do ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, que atribuiu a alta de preços à cotação do dólar. O ministro conversou com a imprensa nesta manhã de segunda-feira, 9 de setembro, durante o Fórum Internacional da Agropecuária (Fiap 2024), promovido pelo Canal Rural, em Cuiabá.
“Há um cenário mundial de ajuste também dos estoques mundiais de arroz. A alta do dólar dificulta um pouco a importação do arroz, o que, num primeiro momento, ainda vamos ter o preço do arroz nos níveis um pouco mais elevados ao consumidor. Mas, medidas de estímulo à produção serão tomadas para que possamos ter mais arroz a um preço justo, tanto para a produção como para o consumidor, na ponta do supermercado”, explicou.
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O ministro também lembrou que o país sofreu perdas por causa das enchentes no Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal no Brasil, respondendo por mais de 70% da produção nacional. As enchentes resultaram na perda de lavouras e de produtos já colhidos.
Mesmo assim, Fávaro destacou que o país registra equilíbrio entre a produção e o consumo, não apresentando riscos de desabastecimento do cereal.
INCENTIVOS
O agronegócio apresentou recuo de 2,3% no Produto Interno Bruto (PIB) em comparação ao segundo trimestre deste ano, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o ministro Carlos Fávaro, este resultado é causado pelo achatamento dos preços internacionais e é temporário. Mesmo assim, o Governo Federal está elaborando planos de ação para ajudar os produtores a se recuperar.
“Nós estamos disponibilizando mais de R$ 580 bilhões para a agricultura brasileira, para a agropecuária. Isso significa recurso disponível na hora certa para que ele possa, se a renda não está acontecendo por conta dos preços achatados, que ele compre melhor, que ele faça custo de produção melhor, negociando melhor, com o custo disponível para que volte a ter renda”, afirmou.
O montante, segundo o ministro, está distribuído à agricultura familiar, agricultura empresarial e incentivos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que têm redução no imposto de renda e direcionamento para a agropecuária.
O incremento está sendo feito em meio a um cenário de contenção de gastos do Governo Federal. Ao mesmo tempo que disponibiliza R$ 580 bilhões ao setor, o governo promove um contingenciamento de R$ 15 bilhões no orçamento deste ano. Segundo Fávaro, este é um sinal do compromisso do Governo Federal com o setor produtivo nacional.