A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) aprovou nesta quinta-feira, 5 de dezembro, uma nova rodada de ações contra a Moratória da Soja. Com mais de 250 produtores presentes na Assembleia Geral, a entidade autorizou sua diretoria a implementar medidas estratégicas visando à extinção do acordo, que prejudica os produtores de soja mato-grossenses.
A Moratória da Soja é um acordo comercial firmado em 2006 entre algumas empresas exportadoras, que veda a compra de soja plantada em áreas desmatadas da Amazônia, mesmo que o desmate tenha ocorrido dentro da lei.
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A principal ação definida foi o desenvolvimento de uma estratégia legislativa municipal para mobilizar prefeitos e vereadores nos municípios produtores de soja. O objetivo é aprovar leis que proíbam a concessão de alvarás de funcionamento para empresas signatárias da Moratória, alegando que estas desrespeitam a livre iniciativa e impactam negativamente a competitividade dos produtores locais.
“A Moratória da Soja tem se mostrado um instrumento que desrespeita a legislação brasileira e prejudica a competitividade dos nossos produtores. Não vamos aceitar que empresas atuem nos nossos municípios impondo regras externas que ignoram a realidade local. É hora de defender o Mato Grosso e a liberdade econômica do nosso setor,” afirmou Lucas Costa Beber, presidente da Aprosoja-MT.
A medida complementa a lei estadual que proíbe a concessão de incentivos fiscais às empresas signatárias da Moratória da Soja. A lei foi sancionada no final de outubro pelo governador Mauro Mendes (União), após mobilização da Aprosoja.
AÇÕES ESTRATÉGICAS E DESAFIOS
Além da discussão sobre a Moratória, a Assembleia Geral serviu para alinhar as ações da entidade em 2025. Projetos como o núcleo de São José do Rio Claro e a atualização do programa Soja Legal foram debatidos, reforçando o compromisso da Aprosoja com os produtores.
“Acredito que é motivo de muito orgulho receber os produtores para a Assembleia Geral. Nós sabemos do esforço de cada um desses produtores em vir participar, muitas vezes de locais distantes e enfrentando alguns desafios na estrada. Isso demonstra a força da entidade e a união de todos os produtores,” destacou Beber.
O vice-presidente Luiz Pedro Bier ressaltou a importância do evento como oportunidade para os associados acompanharem a aplicação dos recursos da entidade e participarem das decisões estratégicas.
“Neste ano, tivemos a participação massiva de produtores em nossos eventos de final de ano, e isso é sinal de que a entidade está se fortalecendo, como já mostrou ao longo do ano,” afirmou Bier.
FOCO NA COMUNICAÇÃO
O orçamento aprovado para 2025 incluiu uma ênfase na comunicação, especialmente com a aproximação da COP30. O produtor Ivanor Cella destacou a relevância de mostrar as iniciativas sustentáveis do agronegócio mato-grossense em eventos internacionais.
“Precisamos mostrar nossos trabalhos, especialmente em eventos como a COP30, para que o mundo compreenda nossas ações no campo,” comentou Cella.
Já a delegada de Campo Verde, Raquel Malvina Schenkel Fancelli, reforçou a necessidade de uma comunicação clara para valorizar o trabalho dos produtores.
“É importante mostrar o que acontece dentro das propriedades rurais e divulgar nossas atividades. Assim, as pessoas de fora poderão compreender e valorizar o setor,” afirmou.
A Assembleia foi encerrada com uma palestra do jornalista Augusto Nunes, que exaltou o papel do agronegócio na transformação de Mato Grosso em um polo econômico. “Mato Grosso é excepcional e incomparável. Sempre quando venho, acompanho o desenvolvimento do agronegócio. É um estado que já encontrou o caminho do Brasil do futuro,” finalizou.