Os moradores do bairro Paiaguás, em Várzea Grande, estão revoltados com a falta d’água que aflige o local há anos. Com as torneiras e caixas d’água vazias, a população precisa apelar aos caminhões pipas para que não fiquem sem água. Além disso, os moradores denunciam que estão sendo obrigados a comprar água dos caminhões pipas, que são abastecidos pelo próprio Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG). (Veja vídeos no fim da matéria).
Uma moradora do bairro contou à reportagem do Estadão Mato Grosso que o bairro chega a ficar 18 dias sem que uma gota de água saia nas torneiras. E quando vem alguma água, é em pouca quantidade, insuficiente para atender as necessidades de casa.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)
- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)
“Tem 1 ano que eu moro aqui e nunca subiu água para caixa”, diz a moradora, que também reclama que os moradores são multados pelo DAE caso eles bombeiem água diretamente da rua.
Segundo a moradora, o caminhão pipa sai na média de R$ 100 e consegue fornecer dois mil litros de água. Para ela, que mora sozinha, essa quantidade de água é suficiente para duas semanas. Já sua vizinha, que tem crianças em casa, precisa de abastecimento mais frequente.
“Compramos gato por lebre. Pagamos caríssimo no financiamento dessas casas. As construtoras também só querem passar lábia e vender! Acho que seria de interesse deles também cobrar um saneamento de qualidade junto a nós, porque até o nome deles está sendo jogado na lama”, desabafa a moradora.
Revoltados com a falta d'água crônica, os moradores fizeram um protesto na tarde do último domingo (4) contra a falta d’água. Eles queimaram pneus e fecharam a Avenida Filinto Müller, em Várzea Grande. Clique aqui e veja a matéria.
A redação entrou em contato com o DAE, que informou, por meio de nota, que medidas estão sendo tomadas para lidar com a falta d’agua no bairro. Porém, a previsão de entrega dessas obras é em 2023.
Os problemas de infraestrutura do bairro não se limitam à falta d'água. Os moradores do Paiaguás também reclamam da instabilidade no abastecimento de energia, que tem levado à 'queima' dos eletrodomésticos.
Veja a nota:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
As Secretarias de Comunicação Social; Assuntos Estratégicos; Viação e Obras Públicas e do Departamento de Água e Esgoto (DAE/VG), em atenção ao pedido de esclarecimento deste conceituado órgão de imprensa informa:
* É de conhecimento público que a cidade de Várzea Grande tem intermitência no abastecimento de água que varia em média de 12 horas com água e 36 sem água;
* Em algumas partes da cidade o abastecimento é diário e em outros a intermitência é de 12 X 24;
* Para reverter essa situação que já perdura por vários anos, em 2021 e 2022 foram investidos R$ 200 milhões em recursos públicos da Prefeitura de Várzea Grande, já que o DAE/VG é deficitário, pois pouco mais de 42% dos consumidores pagam suas pendência com o órgão que cobra apenas o que é fornecido;
* 72 bairros do Grande Cristo Rei com uma população estimada em 120 mil habitantes, passaram a ter abastecimento de água regular com a inauguração da ETA Grande Cristo Rei, com capacidade de 320 litros por segundo ou 27,6 milhões de litros por dia, entregue em dezembro de 2021 com recursos próprios de Várzea Grande;
* Essa nova ETA reforçou em 180 litros por segundo ou 15,5 milhões de litros de água por dia o sistema 2 aonde se localiza o maior problema de abastecimento de Várzea Grande, lembrando que este sistema também passa por investimentos para recuperar sua capacidade de captar, tratar e distribuir água diante da fadiga de material decorrente do uso extremo de seus equipamentos;
* Também se encontra em execução as obras da ETA Barra do Pari/Chapéu do Sol, com capacidade de 250 litros por segundo ou 21,6 litros por dia e que está sendo construída em parceria com o Governo do Estado e estará pronta e funcionando em 2023;
* Também estão sendo finalizados os projetos para execução das obras da ETA IMIGRANTES, de 125 litros por segundo ou 10,8 milhões de litros por dia que será executada com recursos próprios de Várzea Grande.
* Todas essas obras em conjunto e mais os investimentos feitos no sistema 2 que se trata do mais antigo em operação em Várzea Grande irão disponibilizar mais de 200 litros por capita por dia para cada pessoa de Várzea Grande, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima serem necessários 120 litros dia por pessoa em países de clima quente;
Os órgãos municipais informam ainda que entre sábado e domingo, inclusive nesta segunda-feira, o abastecimento do Parque Paiaguás estava dentro da rotina e acontecendo para as ligações regulares.
Informam ainda que a Prefeitura de Várzea Grande está elaborando um projeto que será executado em 2023 da ordem de R$ 5 milhões para a recuperação da malha viária do referido bairro, que somente acontecerá após a execução das obras de nova rede de abastecimento de água do Parque Paiaguás e adjacências.
Veja: