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Cidades Quinta-feira, 21 de Julho de 2022, 14:15 - A | A

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VIROU RUÍNA

VÍDEO: Escola em Cuiabá fica abandonada e vira "feirão" para criminosos

Estudantes precisaram ser transferidos para uma igreja, porque o prédio foi interditado

Igor Guilherme

Repórter | Estadão Mato Grosso

A Escola Estadual Marcelina de Campos, localizada no bairro Santa Amália, em Cuiabá, está interditada desde 2020 e enfrenta situação de abandono devido a uma reforma que nunca veio. Dois anos depois, os alunos matriculados na escola estão tendo que assistir aula em uma igreja alugada, enquanto a escola abandonada vira alvo de criminosos, que aproveitam para roubar o que foi deixado para trás após a interdição do prédio.

A diretora da escola, Juliana Alves Rodrigues de Paula, contou ao Estadão Mato Grosso que a situação se deteriorou e problemas com a Secretaria de Estado e de Meio Ambiente (Sema) impedem que qualquer obra seja realizada no local.

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Juliana lembra que, no fim de 2020, a direção recebeu a notícia da interdição do prédio. Devido ao recesso de fim de ano, a discussão sobre o futuro da instituição ficou para o começo do ano seguinte.

“Foi marcado para janeiro de 2021 uma reunião com os responsáveis pela Infraestrutura na Seduc. Nós fomos, juntamente com os representantes de pais do CDCE e fomos informados que os alunos iriam ser remanejados para escolas nas redondezas”, lembrou a diretora.

Acontece que as opções de escolas provisórias ficavam distantes e os alunos teriam um caminho muito maior para percorrer. Para “sanar” esse problema, uma igreja localizada no bairro Santa Isabel foi escolhida pela secretaria e por pais dos alunos para ser a nova escola temporária. O prédio já foi ocupado anteriormente por alunos da Escola Municipal Ranulpho Paes de Barros, quando ela passou por reformas.

"CAÇA AO TESOURO"

O contrato de locação com a igreja foi oficializado em março de 2021, quando foi feita a mudança para o prédio. Móveis, equipamentos, arquivos e outros objetos foram levados para o novo local. Algumas coisas foram doadas, mas alguns equipamentos foram deixados para trás.

Com o tempo, a escola abandonada chamou a atenção de criminosos, que encontraram no local os objetos deixados pela escola. A “caça ao tesouro” começou a instaurar um clima de insegurança na vizinhança.

A antiga diretora solicitou um vigia à Seduc para vigiar o prédio, mas o pedido foi negado devido à desativação do prédio.

Recentemente, no último sábado (16), um homem foi visto furtando as portas de ferro da sala de aula. Atualmente, a escola está desguarnecida pois o muro lateral caiu.

Juliana aponta que a comunidade está com medo, pois são constantes os barulhos causados por delinquentes dentro do prédio.

PROJETOS TRAVADOS

Em busca de uma solução, a diretora se reuniu com o secretário-adjunto Amauri Monge Fernandes, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), e ele afirmou que a escola estava na lista de obras, com perspectiva de receber um novo prédio. O secretário explicou para Juliana que a região está em uma “área verde” e a Sema estaria barrando o projeto.

“Aguardamos a liberação o quanto antes do setor ambiental, pois foi garantida a construção do prédio no mesmo local, esperamos ansiosos e apreensivos, por conta da situação, o início nas obras no local. O secretário também garantiu, a prorrogação da locação (da igreja) para 2023/2024 e que as obras começariam em março de 2022”, completou a diretora.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) e a pasta informou, por meio de nota, que ainda este ano será realizado o encaminhamento final sobre a estrutura da escola.

 

Veja a nota completa da Seduc:

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) esclarece que, a respeito da Escola Estadual Marcelina de Campos, no bairro Santa Amália, em Cuiabá, a licitação e o projeto para a unidade continuam em andamento. Diante da falta de comodidade e de segurança na estrutura – que era muito antiga e fora dos padrões – os estudantes foram realocados para um prédio alugado na mesma região com conforto, segurança e perfeitamente adequado às aulas. Reforça que a mudança de endereço em nada afetou o acesso dos alunos à escola, tampouco interferiu no andamento do calendário escolar. Pensando no bem-estar da comunidade estudantil e dos profissionais da Educação, a Seduc-MT busca definir ainda neste ano os encaminhamentos finais sobre a estrutura da referida escola.

 

Veja vídeo do colégio:

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