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Cidades Segunda-feira, 28 de Agosto de 2023, 11:06 - A | A

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PREOCUPANTE

Responsável por metade dos incêndios, MT perde seis brigadas em 2023

Cátia Alves

Editora-adjunta

Mato Grosso possui 121 brigadas de incêndio neste ano. Com relação ao ano anterior, houve uma redução de 6 unidades. Os dados foram mapeados pela plataforma do Instituto Centro de Vida (ICV) e divulgados este mês. A informação preocupa as autoridades, já que o estado é responsável por mais da metade das queimadas registradas na Amazônia no primeiro semestre deste ano. Foram quase 5 mil focos de calor, o que equivale a 56% dos incêndios florestais que aconteceram no bioma.

De acordo com o ICV, o bioma Amazônia não tem o fogo como parte da dinâmica de evolução do seu ecossistema, ou seja, são os humanos os grandes responsáveis por provocar os incêndios florestais na região, principalmente para a limpeza de pasto e para a queimada de vegetação desmatada. Desta forma, o Instituto destaca a importância do mapeamento das iniciativas que buscam prevenir e combater o fogo no Estado.

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Este é o terceiro mapeamento das brigadas elaborado pelo Instituto. Nesta nova análise, é apontado que, em relação ao ano anterior, houve uma redução nas Brigadas Municipais Mistas (BMMs), que constam na lista de unidades das brigadas do Corpo de Bombeiros.

Os municípios de União do Sul (a 644 km de Cuiabá) e Cáceres contavam com essas brigadas públicas no ano passado, mas, em 2023, elas não estão indicadas no plano.

Apesar disso, novos municípios passaram a contar com Bases Descentralizadas Bombeiro Militar (BDBMs), um instrumento de resposta temporário também do Corpo de Bombeiros, como é o caso de Gaúcha do Norte e Pontes e Lacerda.

Vila Bela da Santíssima Trindade e Aripuanã, por outro lado, não apresentam mais essa categoria de reforço.

Outra mudança em relação ao mapeamento do ano passado está relacionada às brigadas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), vinculadas ao Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Duas brigadas também deixaram de ser implementadas em Terras Indígenas (TIs) que tinham brigadas no ano anterior. No entanto, uma nova brigada no Alto Xingu foi implementada em 2023.

No Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a novidade ficou pela brigada do Parque Nacional do Juruena, com sede em Alta Floresta.

Marcondes Coelho, analista socioambiental do ICV, um dos responsáveis pelo trabalho, destacou a importância do mapeamento. "Conhecendo e sabendo onde se localizam as brigadas e demais instrumentos de respostas, as instituições que atuam nessa área podem planejar as ações de prevenção e combate aos incêndios de forma mais assertiva, especialmente no período mais crítico do ano", destacou.

Planejamento

De julho a outubro de 2023, é proibido o uso do fogo em Mato Grosso. O decreto de nº 259/2023, de autoria do Governo do Estado, ainda determina situação emergencial ambiental entre os meses de maio e novembro.

O estado também apresenta anualmente o Plano de Ação do Comitê Estratégico para o Combate ao Desmatamento Ilegal, Exploração Florestal Ilegal e Incêndios Florestais (CEDIF/MT), destinando cerca de R$ 38 milhões exclusivamente para combate ao fogo.

Para enfrentar o período mais crítico dos incêndios florestais, é autorizada a contratação de brigadistas temporários, locação de aeronaves, aquisição de equipamentos permanentes, entre outras estratégias.

Diferença entre as brigadas

Brigadas comunitárias: 16 em Mato Grosso. Elas são formadas a partir da organização de pessoas vinculadas a instituições como associações de moradores, cooperativas de produtores rurais ou grupos independentes.

Brigadas Particulares: 6 em Mato Grosso. São formadas em áreas privadas como fazendas e empresas florestais que têm como objetivo a redução dos riscos aos incêndios no imóvel rural e o combate ao fogo quando necessário.

Unidade Operacional Bombeiro Militar: 25 em Mato Grosso. Essa categoria representa as 25 unidades permanentes do Corpo de Bombeiros, sendo 4 Batalhões Bombeiro Militar, 14 Companhias Independente Bombeiro Militar, 2 Pelotões Independentes Bombeiro Militar e 4 Núcleos Bombeiro Militar.

Base Descentralizada Bombeiro Militar: 9 em Mato Grosso. Esta categoria é configurada como um Instrumento de Resposta Temporário (IRT) do Corpo de Bombeiros. A base é composta por 4 bombeiros militares e comandada por um oficial ou graduado. Os profissionais atuam com uma viatura tipo camionete 4x4 equipada com materiais básicos de combate.

Brigada Estadual Mista: 29 em Mato Grosso. Também IRT, a BEM é formada a partir da contratação de brigadistas civis pelo estado por meio de edital específico. Durante as atividades rotineiras, devem compor a guarnição da brigada ao menos dois bombeiros militares e dois brigadistas civis. O comando da guarnição cabe ao militar mais antigo.

Brigada Municipal Mista: 14 em Mato Grosso. Também IRT, a BMM é formada a partir de um termo de cooperação com as prefeituras municipais. Neste caso, cada brigada conta com ao menos dois bombeiros militares, que se juntam aos brigadistas civis contratados pelos municípios para a execução das atividades.

Brigadas Federais: 16 em Mato Grosso. Abrangem três modalidades diferentes. A primeira delas é a brigada federal indígena, promovida pelo Ibama em cooperação com a Funai. Neste caso, os indígenas são capacitados e contratados anualmente. São 9 as brigadas indígenas em Mato Grosso.

O segundo tipo de brigada federal atendem outras áreas de interesse, como os assentamentos da reforma agrária. Neste caso, o estado possui 2 unidades.

Por fim, existem as brigadas do ICMBio, que atuam na prevenção e combate dos incêndios florestais nas unidades de conservação federais. Ao todo, são 5 no estado.

Todas a brigadas federais são temporárias e formadas para enfrentamento ao período crítico do fogo.

Grupo de Aviação Bombeiro Militar: 2 em Mato Grosso. Esta categoria corresponde a duas instalações de bases para serviço aéreo do Corpo de Bombeiros.

Equipe de Apoio Bombeiro Militar: 4 em Mato Grosso. As EIAOPs são responsáveis pelo fortalecimento da atividade de resposta de combate aos incêndios florestais de nível 2, que são os incêndios que superam a capacidade de resposta das unidades operacionais, brigadas municipais mistas e bases descentralizadas.

*Com informações do ICV 

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