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Cidades Domingo, 20 de Outubro de 2024, 09:53 - A | A

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PROJETO NA AL

Oito em cada 10 adultos defendem proibição de celulares nas escolas, diz pesquisa

Em Mato Grosso, a proibição de celulares nas escolas já é tema de um projeto de lei encaminhado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e QuestionPro revelou que 8 em cada 10 brasileiros acreditam que o uso de celulares nas escolas deve ser proibido. O estudo, que abordou a percepção sobre os impactos do uso de tecnologia por crianças e adolescentes, mostra que a população está cada vez mais preocupada com os efeitos do tempo de tela e da exposição precoce à internet.

Em Mato Grosso, a discussão sobre a proibição de celulares nas escolas já avança. O governador Mauro Mendes (União) encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de lei que visa proibir o uso desses dispositivos em ambiente escolar. A proposta segue a tendência nacional de buscar um equilíbrio entre a presença da tecnologia e o desenvolvimento saudável dos estudantes.

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A pesquisa revelou que o apoio à proibição do uso de celulares nas escolas é consistente entre diferentes grupos demográficos:

82% dos pais defendem a medida.
87% das pessoas com 61 anos ou mais apoiam a proibição.
Mesmo entre a Geração Z (18 a 29 anos), 68% são favoráveis à restrição.

Segundo o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, a sociedade começa a perceber os efeitos negativos do uso excessivo de telas, especialmente após a pandemia, quando a internet desempenhou um papel crucial na manutenção dos estudos.

"Hoje, a maioria da população é a favor da proibição do uso do celular dentro das escolas – e a proibição é majoritária mesmo entre os mais jovens", afirmou Meirelles.

Impactos do uso precoce de celulares
O levantamento também apontou que 94% dos entrevistados reconhecem que a exposição precoce a celulares pode ser prejudicial para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Além disso, 86% acreditam que o uso excessivo de tecnologia afeta diretamente a aprendizagem e a socialização dos jovens.

Outros efeitos negativos percebidos pelos entrevistados incluem:

Vício em tecnologia: 75% apontam esse como um dos principais problemas.
Aumento da ansiedade e depressão: 71% acreditam que o uso excessivo de celulares contribui para essas condições.
Problemas de sono: 70% identificam impactos negativos no sono das crianças e adolescentes.
Desempenho escolar prejudicado: 68% afirmam que o rendimento acadêmico é afetado.
Dificuldades nas relações sociais: 54% observam prejuízos na socialização.

A pesquisa também destacou o problema do cyberbullying, citado por 50% dos entrevistados como uma preocupação crescente com o uso de celulares nas escolas.

Controle parental e diferenças geracionais
A pesquisa mostrou que a grande maioria dos brasileiros defende o controle parental sobre o tempo de tela e o conteúdo acessado pelas crianças. Entre os pais, 87% acreditam que devem monitorar o uso da tecnologia pelos filhos. Mesmo entre a Geração Z, que já nasceu em um mundo altamente conectado, 79% concordam que o controle dos pais é necessário para garantir um uso saudável da tecnologia.

"A diferença reflete como o desejo de estar conectado surge cada vez mais cedo, criando desafios para pais e educadores que buscam equilibrar a segurança e o desenvolvimento saudável", afirmou Meirelles.

A percepção de que as crianças de hoje estão perdendo o interesse por atividades de lazer tradicionais também foi um dado importante da pesquisa. Cerca de 90% dos entrevistados concordam que as crianças preferem usar o celular ou assistir à TV em vez de brincar na rua.

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