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Cidades Sexta-feira, 10 de Maio de 2024, 08:30 - A | A

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SAÚDE DA MULHER

MT é destaque na realização de mamografias na rede pública

Cátia Alves

Editora-adjunta

A cobertura de mamografias para rastreio do câncer de mama entre 2021 e 2022 em Mato Grosso foi destacada no Panorama do Câncer de Mama, um levantamento realizado pelo Instituto Avon em parceria com o Observatório de Oncologia, com base em informações do DATASUS, Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS). O estado foi o maior em realização de mamografias na rede pública, com 21% dos exames realizados entre os Estados do Centro-Oeste.

Quando se trata de região, o Centro-Oeste realizou apenas 12,7% dos exames, ficando atrás apenas da região Norte (10,1%). O indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a cobertura mamográfica alcance pelo menos 70% da população-alvo para realização dos exames – no caso do Brasil, mulheres entre 50 e 69 anos.

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“Dados como esses são fundamentais para compreender onde a rede pública de saúde desses estados deve investir esforços para ampliar e aprimorar o atendimento à população feminina de cada local, contribuindo também para expandir a conscientização sobre a saúde das mamas e a importância da detecção precoce da doença. De acordo com a OMS, 35% das mortes pela condição podem ser reduzidas se os exames de rastreio forem realizados regularmente. Quando o diagnóstico é obtido ainda em estágio inicial, as chances de cura chegam a 95%, o que também melhora a qualidade de vida da paciente”, explica Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon.

Mesmo com um aumento de 2,8% em relação ao período de 2015 a 2016, o Centro-Oeste foi a segunda região com os piores indicadores do Brasil em relação à realização de mamografias, com Distrito Federal empatado com Roraima com as menores coberturas (5%), seguidos por Mato Grosso do Sul (11,2%) e Goiás (13,5%).

Entre 2015 e 2022, o Centro-Oeste apresentou o segundo menor número de casos novos de câncer de mama do país, com 23.132 registros – correspondente aproximadamente a 6,2% do total nacional, ficando atrás apenas do Norte (4,1%). A região conta com um dos estados que apresenta a menor cobertura mamográfica no último biênio (2021-2022): o Distrito Federal (5%).

Em relação ao tempo entre o diagnóstico e o período para o início do tratamento para câncer de mama, Goiás está entre os estados com o melhor desempenho, com média de 91 dias - embora ainda acima do recomendado pela legislação brasileira, de acordo com o indicado pela Lei dos 60 Dias (Lei nº 12.732/2012), que garante que pacientes com câncer tenham acesso ao tratamento em até 60 dias após terem a doença confirmada pela biópsia.

Impacto da pandemia na cobertura mamográfica da região

No auge da pandemia de Covid-19, em 2020, o Centro-Oeste apresentou uma queda de 45,1% na realização dos exames para rastreio de câncer de mama em comparação a 2019 – a maior do país. O estado mais impactado da região foi o Mato Grosso, com uma redução de 49,2%, seguido por Mato Grosso do Sul (49,1%), Goiás (44,6%) e Distrito Federal (23,6%). Em 2022, a região foi responsável por apresentar um índice de recuperação de 27,3%, o maior do país em comparação ao mesmo período.

A pesquisa

Para a construção do Panorama do Câncer de Mama, foi realizado um estudo observacional transversal com informações públicas dos Sistemas de Informação Ambulatorial (SIA), Hospitalar (SIH) e Mortalidade (SIM) do DATASUS e de Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Originalmente lançada em 2022, a plataforma agora conta com dados atualizados e melhor funcionalidade. Além disso, ela deve ser alimentada anualmente com novas informações fornecidas pelo Ministério da Saúde.

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