Karine Camargo, mãe do bebê Vicente Camargo, contou que está vivendo um pesadelo desde que seu filho, de apenas seis meses, morreu no último dia 17 de abril. Vicente estava matriculado no berçário Criança Feliz, localizado no bairro Marajoara, em Várzea Grande, desde o dia 10 e passou uma semana indo à instituição até morrer após sofrer um traumatismo craniano.
Após mais de uma semana da trágica quarta-feira, a mãe de Vicente relatou em entrevista ao Estadão Mato Grosso que sua vida acabou naquela quarta-feira. Segundo ela, os quatro primeiros dias de Vicente no berçário, do dia 10 ao dia 14, ele passou mal e teve crises de vômito, coisa que ele nunca havia tido antes. As crises vieram acompanhadas de episódios de palidez do bebê e idas e vindas de hospitais.
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O último médico que atendeu Vicente, já no domingo, disse que o bebê poderia estar sendo acometido por uma virose porque aquela era a primeira semana em que ele estava com outras crianças. A infecção, na avaliação médica, seria algo muito comum.
No dia 15, dois dias antes da tragédia, Vicente apresentou uma melhora considerável. A criança, que havia sido medicada e submetida a alguns exames, parecia reagir positivamente ao tratamento e a melhora se repetiu na terça-feira (16), com as cuidadoras do berçário contando que ele não havia passado mal, ao contrário dos dias anteriores.
“Aí, ele retornou na quarta-feira. Aí, assim, eu já tava sentindo um aperto no coração. Às duas e pouco da tarde eu senti um aperto, um arrepio no corpo, como se tivesse alguma coisa que tava prestes a acontecer, sabe?! A mãe sente, assim, que tava acontecendo alguma coisa e meu coração agoniado”, relatou a mãe.
Karine declara que entrou em contato com a creche às 14h54 daquele dia, sentindo o aperto no peito, mas não obteve resposta. Uma hora depois, a instituição ligou e, na chamada, a mãe ouviu uma das proprietárias dizendo que ela precisava correr para o pronto-socorro. No fundo da chamada, Karine ouviu alguém dizer “ele não está respirando”.
A mãe conta que correu até o hospital, mas só encontrou uma das sócias lá. Questionada sobre Vicente, a dona do berçário não soube dizer onde ele estava. A busca pela criança começou, com Karine desesperada e indo de hospital em hospital para saber onde estava seu filho.
Uma amiga de Karine a contatou e informou que a criança estava no hospital Santa Rita. Chegando lá, Karine viu o filho sendo socorrido por toda uma equipe médica.
“Já estava toda a equipe médica prestando atendimento pra ele, tentando reanimar, fazendo as massagens cardíacas, já estava sendo intubado. E aí ficaram em torno de uns 40 minutos tentando reanimar o meu filho”, disse Karine.
Enquanto Vicente estava sendo socorrido, as donas do berçário teriam dado a versão delas do fato. Segundo elas, o bebê mamou, dormiu e, quando uma das cuidadoras foi trocar a fralda, viu que ele estava com o corpo mole, teoricamente engasgado com leite.
A versão se sustentou até a chegada dos médicos com o corpo do bebê. Vicente havia falecido e Karine reparou que o corpo do seu filho estava com uma marca roxa na testa, sinalizando que havia sofrido um impacto ali.
A divergência nas versões fez com que a mãe se revoltasse. Daquele momento em diante, mãe e donas de berçário se dividiram e, enquanto Karine tenta provar que o filho caiu no berçário e que houve negligência do local com Vicente, as donas do estabelecimento tentam provar que, na verdade, Vicente se engasgou com o leite e isso causou sua morte.
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No fim da tarde desta quinta-feira (25), a Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) recebeu o laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), no qual aponta traumatismo craniano como causa da morte. O documento ainda diz que a queda ocorreu dentro da instituição.
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