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Cidades Sexta-feira, 15 de Dezembro de 2023, 09:34 - A | A

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PREÇOS ABSURDOS

Funerárias de Cuiabá "metem a mão" no bolso das famílias sem dó

Rito funeral na capital de Mato Grosso custa mais que o dobro de outras capitais do Centro-Oeste

Geandré Latorraca

Diretor-geral | Estadão Mato Grosso

Um ditado antigo diz que a única coisa certa na vida é a morte. Porém, é preciso atualizá-lo para deixar claro que morrer custa caro e mais caro ainda é morrer em Cuiabá. A capital de Mato Grosso tem o rito funerário mais caro entre todas as capitais do Centro-Oeste, chegando a custar R$ 20 mil para ser enterrado no ponto mais barato do único cemitério particular da cidade, o Parque Bom Jesus.

Perder um ente querido é algo que não pode ser precificado, mas as funerárias de Cuiabá têm um preço bastante salgado para o rito de despedida. O velório, por exemplo, custa R$ 2.600 se for realizado na capela. Esse valor é mais que o dobro do cobrado em Campo Grande (MS), onde o velório custa apenas R$ 1.200.

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A reportagem do Estadão Mato Grosso fez orçamentos nas duas principais funerárias de Cuiabá e os preços são praticamente os mesmos. A preparação do corpo, com velório e cortejo até o cemitério custa na faixa de R$ 7,1 mil, considerando que seja usado o caixão mais barato. Os preços sobem, e bastante, caso queira um velório com mais pompa ou um caixão de material melhor.

O Estadão Mato Grosso também consultou os preços das capitais do Centro-Oeste e da capital de Rondônia, Porto Velho. Em alguns casos, sai mais barato pedir para ser enterrado em outro estado, mesmo tendo que pagar o translado do corpo (veja mais abaixo).

O item mais caro é o pedaço de terra onde seus ossos vão descansar pela eternidade. O sepultamento pode ser feito gratuitamente no cemitério público mantido pela Prefeitura de Cuiabá, que não é exatamente um lugar bonito para visitar quando quiser prestar homenagem aos entes queridos.

Já no único cemitério particular de Cuiabá, a sepultura mais barata para uso imediato custa R$ 12,7 mil. Caso queira um local mais próximo à entrada do cemitério, para não ter que andar muito quando for visitar seu ente querido, o preço sobe para a faixa de R$ 17,7 mil. Em ambos os casos é possível realizar até 8 sepultamentos, desde que haja um intervalo de três anos entre as mortes.

Claro que também há opções mais caras no Cemitério Parque Bom Jesus, podendo chegar à bagatela de R$ 44 mil.

Uma pequena economia pode ser feita se a compra do jazigo for feita com alguma programação. Nesse caso, é possível encontrar gavetas a partir de R$ 7,8 mil e as sepulturas no gramado saem 10% mais baratas. Só que existe um detalhe: é preciso pagar pelo menos metade do valor antes de usar o jazigo, além de aguardar um período de carência, mínima de 30 dias para pagamento à vista e 70 dias para pagamentos a prazo.

DIFERENÇAS GRITANTES

Os orçamentos realizados pela reportagem do Estadão Mato Grosso em outros estados mostram diferenças gritantes nos preços de todos os itens do rito funerário.

Caso seu ente querido morra em Cuiabá, é possível economizar mais da metade dos custos optando por um enterro em Goiânia (GO). O pacote incluindo a preparação do corpo, velório, cortejo e uma vaga no cemitério local custa R$ 9,8 mil, cerca de metade dos R$ 19,8 mil orçados para fazer o sepultamento em Cuiabá.

A economia nessa comparação se deve, principalmente, ao preço do jazigo no cemitério de Goiânia. Por lá, o pedaço de terra para sepultura custa apenas R$ 1.800, quase 10 vezes mais barato do que o jazigo em Cuiabá.

Outra opção para economizar nos custos seria enterrar em Campo Grande (MS). O translado para a capital vizinha sai por R$ 2.400 e o velório custa mais R$ 1.200, totalizando R$ 3.600. Porém, é preciso pagar para que uma das funerárias de Cuiabá realize a preparação do corpo, o que gera um custo adicional estimado em R$ 1.500.

Já a vaga no cemitério custa R$ 2,7 mil no cemitério mais barato, enquanto um jazigo no cemitério mais ‘chique’ da cidade custa R$ 4,2 mil. Considerando um enterro no cemitério mais caro de Campo Grande, o custo total sairia por R$ 9,3 mil. Novamente, é menos da metade do custo observado em Cuiabá.

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