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Cidades Quarta-feira, 23 de Março de 2022, 20:03 - A | A

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BOATO ANUAL

Fala de Stopa sobre barragem do Manso aflige cuiabanos; Sema tranquiliza população

Brenda Closs

Estagiária | Estadão Mato Grosso

Mesmo com a temporada das chuvas chegando ao fim, a população cuiabana fica aflita com a possibilidade de rompimento da Usina Hidrelétrica do Manso (100 km de Cuiabá). Essa preocupação foi pontuada pelo prefeito interino da capital, José Roberto Stopa (PV), ao citar que caso as comportas da usina sejam abertas para escoamento, pode haver uma enchente em Cuiabá. A fala foi feita durante entrevista ao portal Conexão Poder nesta quarta-feira, (23).

"O Manso hoje está em alerta. Se nós tivermos mais uns 20 dias de chuva, como está chovendo, Manso tem que abrir as comportas. Hoje ele está acima de 92% da sua capacidade Em setembro ele estava quase secando e em março está quase transbordando", apontou.

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De fato a Usina está operando com 90,99% de sua capacidade, mas, segundo os órgãos de controle, está tudo dentro do normal. O Estadão Mato Grosso entrou em contato com a Defesa Civil para solicitar dados referentes ao possível risco levantado pelo prefeito em exercício. O órgão explicou que a responsabilidade cabe à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).

Procurada pela reportagem, a pasta reiterou que o nível da água está próximo aos 90%, mas que isso não representa perigo algum, visto que o lago possui 45 mil hectares de extensão e já estamos no final do período das chuvas. A Sema afirmou ainda que a usina está retendo água no reservatório já como prevenção ao período de seca que se aproxima, tendo sua cota dentro do limite de segurança.

O medo relacionado a esse assunto é algo permanente na população da Baixada Cuiabana. Todos os anos, durante o período de chuvas, alguém levanta o boato de que a barragem está próxima de transbordar ou correndo risco de rompimento.

Em janeiro deste ano, o Estadão Mato Grosso procurou um especialista para falar sobre o assunto. Na oportunidade, o professor e coordenador do laboratório de Geografia Física da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cleberson Ribeiro de Jesus, explicou que a cheia é considerada normal e não existem riscos de rompimentos ou enchetes na Baixada Cuiabana caso a Usina decida abrir suas oito comportas.

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Diferentemente de barragens de mineração ou de rejeitos, que quando rompidas liberam grande volume material que não tem valor econômico agregado, as usinas hidrelétricas trabalham de forma diferente, com total segurança e que não há perigo de nenhuma se romper no estado.

“Não há nenhuma usina hidrelétrica no estado que corra risco de se romper. Estamos falando de usinas que têm todo um estudo de riscos ecológicos, econômicos e geológicos de engenharia e no Brasil não há notícias, pelo menos recentes, sobre algum tipo de impacto ou problemas em decorrência dessas usinas hidrelétricas”, esclareceu.

Estagiária sob a supervisão do editor Tarley Carvalho*

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