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Cidades Quinta-feira, 09 de Abril de 2020, 16:10 - A | A

Quinta-feira, 09 de Abril de 2020, 16h:10 - A | A

CAOS NA EDUCAÇÃO

Em época de pandemia, 10 mil professores grevistas podem perder o emprego

O govenador aproveitou para dizer que a culpa dessa situação de falta de contrato e salário desses professores, é do Sintep

Jefferson Oliveira e Tarley Carvalho
Cuiabá

Cerca de 10 mil professores contratados da rede estadual que participaram da maior greve da história do ensino mato-grossense podem ficar sem emprego nos próximos dias, de acordo com o governador Mauro Mendes (DEM).

Na última segunda-feira (06) durante entrevista a um programa da TV Centro América, o governador disse que as escolas que não participaram da greve e retornaram as aulas em fevereiro normalmente, como manda o calendário escolar, estes tiveram os contratos renovados e já estão trabalhando e recebendo, já os demais que aderiram a greve, estão fora do planejamento do governo.

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“Esses professores que não participaram da greve e iniciaram as aulas no período normal têm direito porque esses profissionais estão com contrato assinado e vão continuar recebendo, como os trabalhadores efetivos, agora aqueles que participaram da greve vou fazer o que? Ora, se está parado, não começou as aulas, eu vou assinar contratos para mandar o cara para casa?”, indagou Mendes respondendo a uma professora que participou do programa por telefone e fez essa pergunta ao governador.

O govenador aproveitou para dizer que a culpa dessa situação de falta de contrato e salário desses professores, é do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), que obrigou alguns professores a fazerem greve na época. Além disso, o governador revelou que a contratação destes profissionais agora seria até ilegal.

“Nenhuma empresa abre contratação para mandar para casa. Nenhuma empresa faz e o governo não vai fazer”, explicou.

Na última sexta-feira (03), em matéria publicada pelo Estadão Mato Grosso, foi detalhado a preocupação de alguns professores que temiam passar fome, por estarem sem salário e sem nenhuma outra fonte de renda nesse período.

No Brasil, o ano letivo compreende 800 horas-aula, divididos em 200 dias letivos. Os professores argumentam que este ano letivo não precisa, obrigatoriamente, seguir o ano civil, podendo-se estender até o ano que vem.

“Quando a situação voltar à normalidade, haverá um esforço hercúleo de todos para recuperar o tempo. Prova disso é que, quando há greve e o fim dela chega, todos [os educadores] se esforçam para recuperar esse tempo perdido”, disse o secretário das Redes Municipais, Henrique Lopes do Nascimento.

De acordo com uma nota técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) está sendo debatida uma flexibilização do regime estatutário no setor público, inclusive com redução de salário dos servidores durante a crise do coronavírus.

O sintep lançou uma nota acusando o governador do caos e citou o exemplo de uma professora de Juruena (930 km de Cuiabá) que é interina há dez anos, na mesma unidade educacional, e está sem rendimentos desde janeiro. Desde então tem se mantido com os R$ 300 de pensão do filho. “As contas estão sem pagar, nem comprando estamos mais”, relata fazendo menção a irmã e amigas que atuam nas mesmas condições que ela.

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