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Cidades Sexta-feira, 14 de Julho de 2023, 09:32 - A | A

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PITANGA

Anta resgatada ainda filhote e cega é levada para morar no Sesc Pantanal

Renata Prata | Sema-MT

Resgatada ainda filhote pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a anta Pitanga, agora com dois anos, foi transportada ao Sesc Pantanal, em Poconé, esta semana e está se adaptando bem ao ambiente. Pitanga ficará em companhia de Tião, animal silvestre da mesma espécie, que foi resgatado durante as queimadas do Pantanal em 2020. O transporte foi feito pela Sema e a Ampara Silvestre e os gestores do Sesc Pantanal acompanham a aclimatação do animal silvestre.

Pitanga foi resgatada  pela Diretoria de Unidade Desconcentrada (DUD) da Sema de Sinop, com uma lesão traumática e a perda de visão no olho esquerdo. Após o resgate em Sinop, a anta ficou sob os cuidados do Centro de Triagem de Animal Silvestre (Cetas) de Lucas do Rio Verde até ser levada ao Sesc Pantanal esta semana.

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“O Sesc Pantanal, por ter muito espaço e boa estrutura, é ótimo para acomodar a Pitanga, que tem pouca chance de voltar à natureza. Além disso, ela terá a companhia de Tião, o que será muito benéfico”, afirmou o gerente de Fauna da Sema, Waldo Troy, responsável pelo transporte.

Tião, a anta que está no mesmo recinto que Pitanga, foi resgatado ainda filhote e levado ao Sesc, em Poconé, após sofrer queimaduras graves nos cascos causadas por um incêndio florestal em 2020, no Pantanal. O animal foi encontrado durante as ações desenvolvidas no Posto de ação emergencial de animais silvestres (PAEAS), no qual a Sema coordenou o atendimento aos animais silvestres que foram resgatados.

De acordo com o veterinário da Ampara Silvestre, Jorge Salomão, as antas têm hábitos solitários, mas Tião teve a companhia de outros animais resgatados desde então. Com a destinação dos outros animais para soltura, ele ficou sozinho e teve alteração comportamental, ficando mais apático. Por isso, a Ampara acionou a Sema para encontrar outra anta, que também vivesse em cativeiro, com o objetivo de juntar os animais.

“Foi então que encontramos a Pitanga, que estava em Lucas do Rio Verde e é a companhia perfeita para o Tião. Durante esses dois primeiros dias, deixamos o Tião dentro do recinto fechado e a Pitanga solta. Esse processo de adaptação não pode ser abrupto, principalmente pelo estresse natural da viagem dela, que durou cerca de seis horas. Com ela ambientada e alimentada, seguimos para a próxima etapa, de contato direto dos dois, que acontecerá naturalmente”, explica o veterinário.

Jorge Salomão já acompanhou esse mesmo processo com outras antas, que se adaptaram à companhia uma da outra. “O Tião é pacífico e a Pitanga também. Eles estão numa área grande, com lago, e a nossa esperança é que eles possam conviver bem”.

O ecólogo e gestor do Parque Sesc Baía das Pedras, Alexandre Enout, destaca a importância do recinto, inserido dentro da área de conservação, para o bem-estar dos animais que não podem mais voltar à natureza. “No parque, o Tião e a Pitanga têm um amplo ambiente, muito próximo do habitat natural deles. Eles podem nadar, correr, brincar, refrescar no lago e treinar habilidades aquáticas. Agora, a expectativa é que eles possam se aproximar e serem companhia um do outro”, explica Alexandre.

O Sesc Pantanal tem a guarda dos dois animais e é responsável pelo manejo diário das antas. Com 4.200 hectares de extensão e localizado em Poconé, o Parque Sesc Baía das Pedras é uma área de conservação destinada à educação, lazer, pesquisas científicas sobre o bioma e turismo de natureza.

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