O dia após o mega-assalto a bancos em Araçatuba (SP) amanheceu com a região central vazia. É que o local continua interditado para os policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) fazerem, na manhã desta terça-feira (31), uma nova varredura para localizar explosivos espalhados.
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A quadrilha que atacou agências bancárias e usou moradores de "escudo humano" deixou dezenas de explosivos pelas ruas da cidade. Dois moradores e um criminoso morreram.
A varredura será realizada na região da Praça Rui Barbosa, que foi interditada para garantir a segurança dos moradores.
Por causa da ação da quadrilha, o comércio da região central não abrirá as portas durante esta manhã. As aulas nas escolas das redes municipal e estadual de Araçatuba também permanecerão suspensas, segundo a prefeitura.
Já o transporte coletivo do município vai operar normalmente, mas com alteração nas rotas para evitar o Centro da cidade.
O secretário de Segurança Pública, general João Camilo Pires de Campos, disse em coletiva que o Gate foi acionado para desativar 40 explosivos deixados pela quadrilha em pontos da cidade, sendo que 16 deles já foram desativados até a manhã desta terça-feira.
Susto
Durante uma reportagem da TV TEM ao vivo para o Bom Dia SP nesta manhã, enquanto falavam sobre a repercussão do crime em Araçatuba (SP), ocorreu uma explosão que assustou a equipe. Estavam ao vivo a repórter Thais Gomes e o repórter cinematográfico Eduardo Parede.
A causa do estrondo é desconhecida e ninguém ficou ferido.
O ataque
Pelo menos 20 criminosos participaram da ação criminosa no interior de São Paulo. Eles chegaram à região central de Araçatuba por volta da meia noite desta segunda-feira (30).
A quadrilha rendeu moradores e os usaram como "escudo humano" sobre os carros. Um homem obrigado a se segurar no capô de um carro relatou momento de pânico.
Veículos foram queimados em vários pontos do município e da região para impedir a chegada da polícia. Drones também foram usados pela quadrilha para monitorar a ação da Polícia Militar.
Ataque a bancos
Duas agências bancárias foram assaltadas. Em uma delas, que funciona como uma tesouraria regional, os criminosos tiveram acesso ao cofre subterrâneo. Na outra, a quadrilha atacou os caixas eletrônicos. A terceira agência foi apenas danificada. O valor levado não foi divulgado.
Depois de atacarem as agências bancárias e trocar tiros com a Polícia Militar, os criminosos fugiram em direção ao bairro Engenheiro Taveira, onde também roubaram veículos de moradores.
Durante a ação, dois moradores e um dos integrantes da quadrilha morreram baleados. Uma das vítimas é o personal trainer Márcio Victor, que é filho de um investigador da Polícia Civil. A outra é o comerciante Renato Bortolucci, dono de um posto de combustíveis da cidade.
A polícia acredita Renato filmava a ação dos criminosos quando foi morto. Ele deixa esposa e duas filhas.
Segundo a Polícia Militar, o criminoso morto durante troca de tiros foi identificado como Jorge Carlos de Melo. Ele tinha 39 anos e carregava o documento de identidade na cueca. O corpo dele foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Araçatuba.
Cinco homens também ficaram feridos durante o mega-assalto. Todos foram levados para a Santa Casa de Araçatuba, incluindo o jovem que teve os pés amputados após se aproximar do explosivo.
Dos cinco pacientes, dois estão com escolta policial. Ou seja, são considerados suspeitos de participarem da ação.
Buscas
Policiais civis, militares e federais fizeram buscas pelos criminosos durante toda a tarde de segunda-feira. Em uma mata localizada entre os municípios de Bilac e Gabriel Monteiro (SP), foram encontrados sete carros usados pela quadrilha.
De acordo com a Polícia Militar, um veículo com vidro do passageiro adaptado para tiros serem disparados foi encontrado.
"O veículo é de grande porte. Possivelmente, eles deixaram um calibre.50, que é uma arma de guerra, fixado em um tripé. O buraco serve para colocar o cano arma para o lado de fora. Os bandidos conseguem atirar na de dentro do carro. Eles ficam protegidos porque o veículo é blindado. Nós encontramos munições de .50, .762. e .556", afirma o capitão Alexandre Tropaldi.
Um ônibus abandonado com tambores de gasolina também foi encontrado próximo ao pedágio de Glicério (SP). A suspeita é de que o combustível tenha sido usado pelos criminosos para atear fogos em veículos na Rodovia Marechal Rondon.