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Brasil Sábado, 30 de Dezembro de 2023, 08:17 - A | A

Sábado, 30 de Dezembro de 2023, 08h:17 - A | A

TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

Número de doadores em 2023 é o maior dos últimos 10 anos no Brasil

g1

O número de doadores de órgãos registrado em 2023 no Brasil é o maior dos últimos dez anos: foram 3.060 de janeiro a setembro, o que representa um aumento de 17% em comparação com o mesmo período de 2022, segundo o Ministério da Saúde. Nos nove primeiros meses deste ano, 6.766 transplantes foram realizados no país, uma média de 751 por mês.

Em Minas Gerais, o cenário se repete: o estado teve o melhor ano da história em doações de órgãos, o que, de acordo com o MG Transplantes, tem relação com a redução da recusa familiar. Mais de 2,2 mil transplantes foram feitos em 2023, a maioria de rins (769).

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O assistente administrativo Ezequias da Costa, de 34 anos, recebeu um novo coração neste ano. Ele levava uma vida de atleta até 2021, quando sofreu uma parada cardíaca dentro da academia. Na época, descobriu ima miocardite (inflação do miocárdio) e passou por tratamentos.

Depois disso, conseguiu ter uma boa qualidade de vida, mas, em abril deste ano, começou a sentir muito cansaço em atividades simples. Ele acumulou líquido no pulmão e desenvolveu outros sintomas, como tosse e falta de ar, causados pela insuficiência cardíaca. Então, os médicos passaram a falar de transplante.

"No começo foi assustador, porque eu não esperava isso", disse Ezequias.

Após várias internações, cinco paradas cardíacas e 26 kg a menos, ele entrou na fila do transplante com prioridade e, cinco dias depois, recebeu o transplante. A cirurgia foi um sucesso, e a recuperação também está sendo.

"Eu me sinto excelente. Após o transplante, quando eu acordei, a melhora já era brusca, e minha recuperação tem sido maravilhosa. É uma oportunidade de recomeço graças a um 'sim' de uma família em um momento de dor. O sentimento é de absoluta gratidão", afirmou.

Arthur, de 14 anos, recebeu a doação de medula óssea do pai, José Carlos Pereira, de 40, há cerca de quatro meses. O adolescente teve um linfoma com três anos e, aos 13, leucemia linfoide aguda.

"Hoje o Arthur está super bem, levando uma vida normal, já programou o retorno para a aula. O transplante é uma segunda vida para a família inteira. Hoje eu olho para o meu filho e vejo meu presente", disse José Carlos.

Fila de espera

Apesar do avanço, Minas Gerais ainda tem 6.488 pessoas na fila de espera por órgãos e tecidos para transplante.

Segundo o MG Transplante, é importante que as pessoas que querem doar os órgãos após a morte conversem com a família e falem sobre esse desejo. A doação depende da autorização de parentes.

"Esperamos que com o início da política de Incentivo Estadual para Doações e Transplantes, que conseguimos em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), esses números melhorem ainda mais", afirmou o diretor do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado.

Em nota, o Ministério da Saúde disse que "tem empenhado esforços, sobretudo, na formulação de estratégias que visem ao aumento da oferta de órgãos e tecidos para transplantes e, consequentemente, reduzir o tempo de espera dos pacientes em lista".

Doação de órgãos

Podem ser feitas doações de órgãos, como rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão, ou de tecidos, como córnea, pele, ossos e medula óssea.

A doação de rim, parte do fígado e da medula óssea pode ser realizada em vida. Um único doador pode salvar mais de dez pessoas. Já a doação de órgãos de pessoas falecidas só pode ser feita após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica.

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