Dollar R$ 5,56 Euro R$ 6,00
Dollar R$ 5,56 Euro R$ 6,00

Brasil Terça-feira, 31 de Outubro de 2023, 13:23 - A | A

Terça-feira, 31 de Outubro de 2023, 13h:23 - A | A

CONFUSÃO

Justiça erra e-mail e miliciano é solto mesmo com mandado de prisão

g1

A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro diz que autorizou a saída do preso Peterson Luiz de Almeida, vulgo Pet ou Flamengo, por não ter sido informada da conversão da prisão temporária em preventiva.

Pet foi solto no dia 29 de outubro. Ele estava na unidade prisional José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio.

- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)

- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)

Segundo a Seap, o comunicado da conversão da prisão foi enviado pela Justiça para um e-mail que foi desativado há cinco anos. A secretaria reforça ainda que, desde então, já se comunicou com a Justiça pelos novos meios oficiais.

De acordo com a secretaria, foi emitido um nada consta no portal da Polícia Civil no domingo (29) e, que até a noite desta segunda-feira (30), o mandado não havia tinha sido inserido no sistema. Segundo a secretaria, um alerta foi enviado à Justiça no dia 25 sobre a situação do prazo da prisão de Pet, em vista de seu histórico e a relação criminosa com os ataques sofridos pela cidade recentemente.

Na noite desta segunda (30), o Tribunal de Justiça deu um prazo de 48 horas para a Seap explicar o motivo da soltura do miliciano, mesmo com mandado de prisão preventiva em vigor.

Peterson, que estava no Presídio José Frederico Marques, é apontado como uma das lideranças da maior milícia que atua no Rio de Janeiro, grupo criminoso controlado por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. O miliciano atuava nos bairros de Sepetiba e Nova Sepetiba, na Zona Oeste.

O comparsa de Zinho foi preso no dia 30 de agosto, na Rodovia Presidente Dutra, na altura do município de Paracambi, Região Metropolitana do Rio. Ele responde pelos crimes de milícia privada e comércio ilegal de arma de fogo. Se somadas, as penas máximas podem atingir os 20 anos de reclusão.

No último dia 26 de outubro, O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) converteu em preventiva a prisão temporária do miliciano.

A pedido do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, a 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa da Capital aceitou a denúncia contra Pet.

Aguardar julgamento em regime fechado

Após a decisão, no próprio dia 26, O Tribunal de Justiça do Rio diz ter informado a Seap por e-mail sobre a prisão preventiva de Pet. Ou seja, o miliciano deveria aguardar pelo fim do julgamento em regime fechado e não poderia mais deixar o presídio no dia 27.

Horas depois, o nome de Peterson já constava no Cadastro Nacional de Mandados de prisão, segundo o TJRJ.

Apesar de todos os tramites envolvendo a decisão da Justiça, Pet saiu no domingo (29) pela porta da frente do presídio de Benfica.

Em nota, a Seap informou que até o momento não foi notificada por meios oficiais sobre a conversão da prisão temporária para preventiva de Peterson Luiz de Almeida.

Traficante também deixou a prisão

A saída irregular do miliciano Pet do presídio de Benfica, não foi a primeira vez que um criminoso deixou uma unidade da Seap por erro dos gestores.

Em agosto de 2021, um vídeo obtido pela TV Globo mostrou a saída da cadeia de Wilton Carlos Rabello Quintanilha, conhecido como Abelha, apontado como "presidente do Comando Vermelho" nos presídios. Nas imagens, ele cumprimenta o então secretário de administração penitenciária, Raphael Montenegro.

As imagens são de 27 de julho, imediatamente depois de Abelha deixar o presídio Vicente Piragibe, no Complexo de Bangu, irregularmente. Ele foi solto mesmo com mandados de prisão pendentes e é considerado um bandido de "altíssima periculosidade".

No dia que a reportagem foi publicada pelo RJ2, Raphael Montenegro foi preso, suspeito de ajudar na saída irregular do criminoso e de negociar uma "trégua" com traficantes da facção criminosa. Também foram presos dois outros servidores da secretaria.

Apesar da prisão na época, a ação contra o ex-secretário foi trancada pela Justiça no ano passado.

Fora da prisão e foragido da Justiça, Abelha tem sido um dos articuladores da expansão da facção criminosa no Rio e de conflitos armados vistos em vários pontos da cidade, segundo a polícia.

search