A Cúpula do Brics terminou nesta quinta-feira (24), em Joanesburgo, com anúncio de seis novos integrantes. A reportagem é dos enviados especiais Igor Arroyo e Rodrigo Carvalho.
Coube a Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, anunciar os seis novos integrantes: Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. A partir de 1º de janeiro de 2024, quando eles se juntarão formalmente ao grupo, o Brics vai representar 46% da população do planeta e 35% do PIB mundial.
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A escolha dos novos integrantes representou uma vitória diplomática da China, que fez grande esforço pela expansão e conseguiu a aumentar sua influência fazendo frente à Europa e aos Estados Unidos.
O presidente brasileiro foi o primeiro a discursar depois do anfitrião sul-africano. Lula deu as boas-vindas aos países que farão parte do Brics, disse que as portas estão abertas a outros candidatos e mandou um recado especial para o presidente da Argentina.
“Continuaremos avançando, lado a lado, com nossos irmãos argentinos em mais um foro internacional. Seguiremos defendendo temas com impacto direto na qualidade de vida de nossas populações, como o combate à fome, à pobreza, à desigualdade e à promoção do desenvolvimento sustentável. Promoveremos a superação de todas as formas de desigualdade e discriminação”, declarou Lula.
Em Buenos Aires, Alberto Fernandez disse que o atual contexto global dá ao Brics uma relevância singular.
A pose para o retrato final da cúpula mostra bem o interesse mundial: além dos cinco integrantes atuais e dos seis novos, subiram ao palco representantes de alguns dos 40 países que já demonstraram interesse em se juntar ao bloco no futuro.
Antes de embarcar para Angola, a próxima etapa da viagem à África, o presidente Lula falou com a imprensa. Foi questionado sobre a nova configuração do Brics e se ela representa uma postura anti-Ocidente? Lula respondeu que o grupo priorizou a importância geopolítica dos novos integrantes.
“A gente não está colocando a questão ideológica dentro dos Brics. A gente está colocando a importância geopolítica de cada Estado. Os Brics são uma realidade inexorável: vai ter problema? Vai. Vai ter gente que vai gostar mais ou menos? Vai. Mas isso é da política...”, afirmou Lula.