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Agronegócio Sábado, 29 de Outubro de 2022, 07:10 - A | A

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FOCO NO AGRO

Simental, o “Boi Bandido” que garante mais produtividade na pecuária

Felipe Leonel

Repórter | Estadão Mato Grosso

Pecuaristas brasileiros vão realizar uma exposição nacional das raças Simental e Simbrasil, com o objetivo de levar ao conhecimento dos produtores rurais as qualidades das raças, que possuem tripla aptidão, segundo o vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores das Raças Simental e Simbrasil (ABCRSS), Rogério Naim Sawaia.

A exposição será realizada entre os dias 14 e 19 de novembro e será transmitida pelo canal do YouTube da ABCRSS.

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O produtor explica que os animais dessas raças possuem características que aumentam a produção de leite e carne, além de ser um animal que pode ser usado no esporte. O maior expoente dela, por exemplo, é o ‘Boi Bandido’, que ganhou ainda mais fama na novela ‘América’, da TV Globo. Segundo Rogério, ‘Bandido’ é um cruzamento de Nelore com Simental.

Rogério explica que a raça é mais adaptada ao clima frio, mas é considerada ‘continental’, já que ela está presente em todos os continentes. Para isso, é necessário um manejo adequado, pois a raça é suscetível a pragas como o carrapato. Porém, os pecuaristas de Mato Grosso usam as técnicas mais modernas, o que facilita a entrada dessa genética no rebanho.

Divulgação

Rogério Naim Sawaia

Médico ortopedista e produtor rural, Rogério Naim Sawaia é vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores das Raças Simental e Simbrasil

“É um estado modelo nesse ponto de vista. Então, é muito fácil porque toda inovação tecnológica, a genética do Simental, ela entra de maneira perfeita. Ela vai agregar produtividade, qualidade, resistência, longevidade e fertilidade. Eu tenho certeza que é isso que qualquer um quer”, afirma Rogério, em entrevista ao Estadão Mato Grosso.

Ainda segundo o produtor, o Simental tem capacidade de cobrir as vacas a campo e costuma escolher os horários mais frios na hora de procurar as fêmeas. A maior vantagem é que ele pode cruzar com qualquer raça sem prejudicar a qualidade da genética. Além disso, seja na produção de carne ou leite, ela é superior às demais.

Um problema comum da cadeia leiteira é os filhotes machos não serem economicamente viáveis, pois não possuem as características de corte. Esse problema seria eliminado com o Simental ou Simbrasil, pois as fêmeas ganham boa aptidão materna, produzindo muito leite. Já os machos poderiam se tornar reprodutores ou serem destinados ao abate.

Essa qualidade pode ser uma aliada dos pecuaristas na hora de atender exigências internacionais, como do mercado da China, que exige que o animal seja terminado com, no máximo, 30 meses. Essa exigência tem caráter ambiental, já que quanto mais tempo para o abate, maior será a emissão de gás metano, um dos vilões das mudanças climáticas.

“É totalmente viável do ponto de vista econômico, isso falando de dados voltado para o leite. Se a gente for para o lado do corte, as vantagens são inúmeras. São muito precoces. Tem aproveitamento, uma conversão alimentar muito boa e é um gado dócil que vai muito bem no confinamento”, afirma o vice-presidente da ABCRSS.

Ademais, cita Rogério, os filhotes meio-sangues F1 (filhos da primeira geração) são mais adaptados para o pasto do que os F1 de outras raças.

“Do ponto de vista do corte, ele tem uma qualidade da carne, de marmoreio muito boa. Foi feito um estudo em universidades aqui do Brasil, que eles mediram não só marmoreio, como também a força da fibra muscular e ela se mostrou excepcional. São animais que têm essa característica precoce. Se você quiser puxar precocidade, você vai ter isso”, garante.

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