Governança, sucessão familiar, sustentabilidade. Esses são temas que já fazem parte da agenda do agronegócio, mas que devem se tornar prioritários para garantir que a cadeia de produção de alimentos em escala global possa ser cada vez mais competitiva.
Com essa perspectiva, líderes do setor, empresários e profissionais que atuam em Mato Grosso se reuniram na tarde dessa terça-feira (29), no auditório da Famato, em Cuiabá, para participar do “MT Gestão – Mato Grosso como potência para o Brasil”, evento realizado pela Fundação Dom Cabral (FDC) em parceria com a Nelson Wilians Advogados (NWADV).
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Para um dos anfitriões do evento, o advogado Marcel Daltro, que é sócio e diretor institucional da NWADV e responsável pelas filiais de Mato Grosso tanto do escritório quanto da NWGroup, é de suma importância discutir conteúdos direcionados ao setor que é motor da economia mato-grossense e do PIB nacional.
“Com a globalização, as exigências e cuidados em relação aos eventuais riscos precisam ser bem maiores. E nós que estamos em Mato Grosso há 15 anos temos a oportunidade de fazer essa conexão entre as demandas locais e internacionais voltadas a esse fenômeno que o agro se tornou”, frisou Daltro, que é o responsável pela internacionalização do NWADV.
A sócia do escritório Nelson Wilians, Luana Rosa, enfatizou que temas como governança e sucessão são indispensáveis para o agronegócio ser cada vez mais competitivo. “Chega o momento em que os fundadores de uma empresa, visando a perenidade do negócio, precisam pensar quem os substituirá, de que forma a empresa continuará a se sustentar e crescer, para isso vão ter que se programar, fazer esse planejamento de quem administrará o negócio, isso independente se forem empresas em geral ou empresas familiares. E a governança vem para estabelecer esses critérios, definir funções, delinear regras de ação, entre outras necessidades empresariais”, explicou a advogada.
MT GESTÃO
O MT Gestão teve o painel de abertura sobre Governança e Sucessão, com presença da professora Elismar Álvares, da FDC Family Business. Ela aponta que a governança é a palavra de ordem para qualquer tipo de negócio, em especial para o agronegócio.
“O Brasil tomou conhecimento da governança em 2021, porém há dificultadores significativos, como o capital concentrado em poucas pessoas e a cultura do “dono”. A governança veio para acabar com isso, o que incomoda, muitas vezes, porque ela impõe limites, equilibra o poder, os direitos e deveres entre quem compõe a sociedade e têm interesses na empresa. Ainda assim, a governança como instrumento de inclusão nas empresas tem evoluído e apresentado uma curva de aprendizagem que leva à longevidade para essas empresas”, esclareceu.
No painel Agro: o futuro do agroambiental – tendências e perspectivas para uma cadeia de alimentação global competitiva e sustentável, o professor e palestrante Marcello Brito, também da FDC, citou que o assunto é um dos mais relevantes do setor.
“Hoje temos a revolução da produção agrícola dentro de um contexto completamente diferente de décadas atrás. Essa evolução é inevitável, onde há pecuária perto de floresta a produtividade é maior, quando se produz grãos próximo a áreas verdes há menos fatores de doenças e pestes. O agro e o meio ambiente são aliados. Temos uma legislação rígida e que é seguida à risca pelos produtores”, classificou.
Já na palestra: Cenário macroeconômico global e impactos para as cadeias de negócios de Mato Grosso, o professor e palestrante da FDC, Carlos Primo, explanou que as implicações mais pontuais na economia global em relação ao agronegócio se referem aos valores de fertilizantes que impactam diretamente nos custos de produção, contudo aponta fatores preponderantes para o setor.
“O Brasil possui um ambiente de negócio complexo, entretanto, empresas bem sucedidas têm três características básicas que as alavancam, não se endividam, investem em inovação e tem interação com a economia global, seja como exportadores ou seguindo alianças estratégicas. O ponto básico é que o setor agropecuário apresenta a maior taxa de crescimento que temos e deve continuar a investir para se desenvolver ainda mais, essa trajetória deve continuar”, aconselhou o especialista em economia internacional e cenários macroeconômicos.
O encontro contou ainda com a participação de André Guimarães, diretor executivo do Instituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM) e de Renato Rodrigues, biólogo e doutor em Geociências e pós-doutor em sistemas de gestão sustentáveis.