A transmissão do novo coronavírus acontece de pessoa para pessoa, pelo contato com gotículas contaminadas presentes na saliva, na tosse, no espirro e no catarro. Por isso, a escova de dente pode ser um veículo de contaminação para esse e outros vírus que causam infecções.
"Muitos brasileiros não têm condições de ter uma escova de dentes para si. Às vezes, a família inteira compartilha a escova de dentes e nesse ato pode haver a transmissão do vírus", destaca a dentista Luciana Bruzadin, voluntária da ONG Turma do Bem, que fornece tratamento odontológico gratuito a jovens e crianças de baixa renda.
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"É imprescindível que cada um tenha sua escova de dente e, para isso, os produtos precisam ser mais acessíveis a toda a população", acrescenta.
A dentista alerta para um hábito comum que deve ser evitado, pois pode levar à contaminação pelo novo vírus: o de colocar a mão e objetos na boca.
"Isso pode causar uma infecção cruzada, que acontece quando uma pessoa coloca a mão em um ambiente contaminado e, depois, coloca em uma região do corpo que são vias de entrada para agentes infecciosos como as mucosas da boca, dos olhos e do nariz", explica.
Problemas bucais deixam o organismo mais vulnerável a outras doenças, uma vez que afetam a capacidade do sistema imunológico de produzir uma resposta eficiente para combatê-las.
"Qualquer tipo de lesão leva o organismo da gente a dar uma resposta inflamatória, isso ativa o sistema imunológico. Mas existe um limite. Quando o desafio é muito grande, o sistema imune fica sobrecarregado e acaba não respondendo da forma que deveria", esclarece Luciana.
De acordo com ele, a escova de dente deve ser trocada a cada dois meses ou quando as cerdas começarem a se abrir, pois isso é sinal de que a escova já não é mais funcional.
"O local mais contaminado do corpo inteiro é a boca, então é importante fazer a higienização diariamente, após todas as refeições e limpar as mucosas, a língua e o céu da boca", enfatiza Luciana.
Idosos são mais vulneráveis
Os idosos, que fazem parte do grupo de risco da covid-19, também precisam ter muito cuidado com a saúde da boca, pois também são mais vulneráveis a infecções nessa região.
Esse fato pode ser explicado pelo histórico de vida desse segmento da população e pela evolução tecnológica na área odontológica.
"Quando o idoso era jovem, não tinha os recursos de tratamento que existem hoje em dia. Então, é díficil encontrar um idoso com a saúde bucal em equilíbrio", pondera Luciana.
Thiago acrescenta que o uso de dentadura também faz com que as pessoas nessa faixa etária fiquem mais suscetíveis a infecções.
"A dica que eu dou é não dormir com a dentadura. O ideal é deixar em um copo com água e bicarbonato e de manhã fazer a escovação dessa prótese, passar antisséptico bucal. Tem que manter sempre limpa", enfatiza.