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Saúde e Bem Estar Domingo, 27 de Agosto de 2023, 07:13 - A | A

Domingo, 27 de Agosto de 2023, 07h:13 - A | A

SÓ BENEFÍCIOS

Amamentação protege a mulher de câncer de mama e de ovário

Aleitamento é fundamental para o bebê e gera proteção às mamães

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

Agosto é o mês escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientizar a população sobre a importância do aleitamento materno, o alimento mais precioso que existe para os recém-nascidos e bebês até os seis meses. Especialistas apontam que a falta do alimento pode causar problemas de saúde para os bebes e até mesmo para as mamães.

O leite materno é considerado um alimento padrão-ouro, por ser produzido exclusivamente para o bebê. Sua falta pode causar diversas doenças às crianças ao decorrer da vida, como explica a doutora em Saúde Coletiva e professora na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Sônia Vivian, ao Estadão Mato Grosso.

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“Hoje nós temos já comprovado que o leite é o alimento mais completo para o bebê até o sexto mês de vida. Não necessitando de outros alimentos e nem de água. Ele reduz casos de infecções respiratórias, diarreias, mortalidade infantil em si e as doenças, quando acontecem, são com menor gravidade”, explica Sônia.

A reportagem também conversou com a pediatra Karinne Lombardi, que é especialista em Neonatologista pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Além de explicar a importância da amamentação para as crianças, a profissional também explicou o impacto do leite na recuperação da mãe no pós-parto.

“O leite materno é principal fator protetor contra a desnutrição, doenças infecciosas e crônicas da infância, supre as necessidades biológicas, promove maior contato e intimidade entre o binômio mãe-bebê, que possibilita o estabelecimento de vínculo afetivo e favorece o desenvolvimento cognitivo e emocional. Para as lactantes proporciona a progressão mais rápida da involução uterina e interrupção do sangramento pós-parto, amplia sua proteção contra o câncer de mama e de ovário e retorna ao seu peso pré-gravídico com maior facilidade”, explica Karinne.

Além de ser um alimento importante no desenvolvimento da criança, o uso exclusivo do leite traz economias aos pais, pois não terão de gastar com mamadeiras, bicos e formulas até os seis meses de idade da criança. Após essa idade se inicia a introdução alimentar conciliada à amamentação.

A limitação do aleitamento materno é apenas em relação à quantidade mínima, não havendo recomendação da OMS sobre parar de oferecer o alimento aos pequenos. A amamentação pode continuar após os 2 anos da criança e até mesmo se a mãe engravidar novamente, conforme explica a professora Sônia.

“A OMS recomenda o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e até 2 anos de idade ou mais. Eu recomendo que o aleitamento ocorra até 2 anos ou mais. Aí surge uma dúvida das mães que amamentam, se ela engravidar novamente ela precisa parar de amamentar ou não? Então, ela pode continuar amamentando inclusive até depois que o outro bebê nascer, não tem problema ela continuar a amamentação das duas crianças, só que a gente acaba priorizando o bebê porque a outra criança já possui uma alimentação e o leite vem complementar essa alimentação”, esclarece Sônia.

O momento do desmame quem decide é a mãe de acordo com as suas limitações, porém é importante reforçar que o desmame precoce pode acusar problemas para o resto da vida do indivíduo, como infecções graves, como otite, amidalite, pneumonia, gastroenterites, asma, diabetes, doenças inflamatórias do intestino, obesidade, hipertensão, colesterolemia, alguns tipos de cânceres, problemas dentários e até a morte súbita do bebê.

REDE DE APOIO

Além da conscientização da importância da amamentação, as especialistas apontam que a rede de apoio, composta por amigos e familiares da mamãe, faz total diferença para ajudar nas dificuldades do pós-parto. Karinne conta que a maternidade não é tão bonita quanto aparenta ser e que há diversos medos e problemas durante a criação, principalmente do recém-nascido.

“Ter rede de apoio neste momento é muito importante, seja para mães de primeira viagem ou mães já experientes com outros filhos. Na maternidade, nem tudo é lindo como geralmente se evidencia na mídia, principalmente no começo há diversas dificuldades, como adaptação com a chegada do bebê em casa, dificuldade de amamentar no início, falta de sono. Essa ajuda pode ser de diversas formas, deixando comida pronta, cuidar do bebê em períodos curtos do dia como no banho, trocar fralda, colocar para dormir, auxiliar com limpeza e organização da casa, conversar com a mãe sem a julgar”, exemplifica a pediatra.

A professora Sônia explica que a rede de apoio não pode atrapalhar a mulher durante o puerpério e que as pessoas de confiança da lactante devem se mantêr atualizadas para ajudar a mãe nos momentos de dúvidas, mas sempre deixando livre para a mulher escolher o que fazer em relação ao próprio filho.

"A mulher precisa de pessoas que ela tenha liberdade de fazer suas escolhas e que essas pessoas estejam com o pensamento próximo ao da lactante. Esse é um período de muitos palpites e de muita insegurança da mãe, então a mãe não sabe quem que ela ouve, porque ouve muitos palpites e são palpites que provavelmente podem até prejudicar. Então, essa importância de ter uma rede de apoio atualizada", finaliza Sônia.

Álbum de fotos

Arquivo pessoal

Assessoria de Imprensa

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