A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis irregularidades no Cuiabá Prev minguou na Câmara de Cuiabá. Um grupo de parlamentares decidiu retirar a assinatura do requerimento, que havia sido apresentado pela vereadora Michelly Alencar (União Brasil). O fato gerou bate-boca após a sessão ordinária desta quinta-feira, 04 de maio. Veja vídeo no final da matéria
Na última terça-feira, 2, Michelly e Pastor Jeferson (PSD) haviam entrado em um acordo, pois ambos tinham apresentado pedidos semelhantes de investigação. Michelly queria apurar denúncias de servidores sobre descontos de consignados que não estavam sendo repassados aos bancos e de descontos previdenciários que não estavam chegando à conta do Cuiabá Prev.
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Como o Pastor Jeferson havia apresentado o requerimento primeiro para investigar sobre os consignados com número de assinaturas necessárias, Michelly aceitou apurar somente a questão da previdência. No entanto, foi surpreendida nesta quinta quando o presidente da sessão, vereador Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania), anunciou que o pedido dela seria arquivado porque três parlamentares haviam retirados suas assinaturas.
Para ser aceita pela Mesa Diretora, o requerimento precisa de um terço de assinaturas, ou seja 9, mas até terça ela contava com 11 apoiadores.
À imprensa, Michelly apresentou os nomes que deixaram de apoiar sua proposta: Pastor Jeferson, Marcus Brito Júnior (PV) e Luiz Fernando (Republicanos). Ela disse que ficou frustrada, principalmente com Pastor Jeferson, porque ele havia dado a palavra de apoio.
“Esse tipo de postura não é para mim, não é CPI da vereadora Michelly, é investigação para o servidor. Porque ontem eu estava interessado em investigar aquilo que está sendo danoso para o servidor e hoje o desconto continua acontecendo, o rombo está lá, as coisas não mudaram, mas já não quero investigar, estranho demais”, destacou.
“Eu não sou menina, por mais que alguns vejam que eu sou uma vereadora nova de mandato, não me comporto como menina dentro dessa Casa, eu sou mulher, que sustento minha palavra. Se eu coloquei a minha assinatura é porque tenho interesse que o cidadão seja honrado, eu tenho interesse que o desejo dele seja respeitado, ele pode tirar a assinatura, ele deu a palavra dele para mim, ele pode voltar atrás, eu não”, complementou.
Ao ser questionado sobre a situação, o vereador Pastor Jeferson disse que retirou sua assinatura porque nos próximos dias vai se dedicar às investigações de sua CPI.
Além disso, ele comentou que ela não havia assinado seu pedido de comissão, resposta rebatida por Michelly que alega ter assinado digitalmente o documento. O parlamentar ainda ressaltou que protocolou o pedido antes da vereadora.
“Sempre sou pautado na lisura, na transparência, sem pressa, mas tomando conhecimento dos fatos e como vou presidir essa CPI que já foi lida em plenário e tem as assinaturas suficientes e na próxima segunda-feira vai passar pelo processo de composição, eu achei melhor dedicar meu tempo para conduzir essa CPI com celeridade, mas também com responsabilidade”, disse.
VEJA VÍDEO:
O vereador Dr Luiz Fernando se pronunciou por meio de nota:
O vereador Dr. Luiz Fernando (Republicanos) esclarece que aconteceu um mal entendido, onde a sua assessoria parlamentar confirmou por meio de assinatura eletrônica na Câmara Municipal, a assinatura dele para a criação da CPI, porém, no momento em que o mesmo adentrou o plenário para participar da sessão ordinária e tomou conhecimento do equívoco, agiu na hora, tomando providências para a retirada de sua assinatura.
“A Michelly sabia que eu não iria assinar. Desde que a vereadora cogitou a criação da CPI eu fui contra, pois a meu ver, teria que ser criada a ‘CPI dos Repasses’ direcionada para a Secretaria Municipal de Fazenda (SMF), é lá que está o problema”, avalia Luiz Fernando ao acrescentar que a bem da verdade o Instituto Municipal da Previdência Social dos Servidores de Cuiabá (Cuiabá- Prev) é mais uma vítima da falta de repasses da prefeitura para com os órgãos.
“A prefeitura não repassa para a Secretaria de Saúde sob o comando da Intervenção; ela também não repassa para o Cuiabá-Prev os descontos previdenciários e também não repassa para os bancos que descontam consignados da folha de pagamento dos servidores, então o que tem que ser investigado é a ‘CPI dos repasses’ e não o foco que a vereadora Michelly estava buscando”, completa o vereador.
Único médico da Legislatura, Luiz Fernando ainda lembra que foi presidente da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Câmara Municipal por dois anos e que conhece a seriedade com que Fernando Borges Mendes de Oliveira, presidente do Cuiabá-Prev leva a sua administração. “No entanto que convidei a vereadora para ir lá conversar com ele, se inteirar melhor do trabalho dele, antes de dar continuidade a ideia de criação da CPI”, reforçou Luiz Fernando ao reiterar que considera de extrema importância esclarecer aos servidores a ausência, ou calote, caso seja esta a realidade da administração pública com a previdência.
“A Câmara de Vereadores não pode deixar de atender a esta dor dos servidores, as acusações são sérias, e assim deve ser também a fiscalização do Parlamento, com total zelo, com a finalidade de trazer a perfeita elucidação dos fatos. Por isso, pretendemos propor a criação da ‘CPI dos Repasses’, vamos focar diretamente na solução do problema”, garante Luiz Fernando.