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Política Terça-feira, 11 de Junho de 2024, 11:29 - A | A

Terça-feira, 11 de Junho de 2024, 11h:29 - A | A

LIGAÇÃO COM O C.V.

VÍDEO: Vereador alvo da PF chora, pede afastamento e promete provar inocência

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

Alvo de busca e apreensão da Polícia Federal na Operação Ragnatela, o vereador Paulo Henrique (MDB) anunciou nesta terça-feira, 11 de junho, que irá tirar licença do cargo na Câmara de Cuiabá por 31 dias para trabalhar em sua defesa. Em discurso na tribuna da Câmara, Paulo Henrique chorou ao lembrar a ação da PF e afirmou que irá provar sua inocência.

O vereador foi alvos de buscas da PF devido à suspeita de que teria atuado para facilitar a liberação de alvarás e licenças para realização de shows em boates que eram utilizadas pelo Comando Vermelho para lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. O produtor de eventos Rodrigo Leal, indicado por Paulo Henrique para um cargo comissionado na Câmara, também foi preso durante a operação.

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Paulo Henrique começou sua defesa na tribuna tratando da suposta atuação para liberar alvarás. Ele afirmou que não recebia nenhuma vantagem financeira para isso e que se limitava a encaminhar as demandas para a secretaria que tratava do assunto, sem pedir ou cobrar qualquer tratamento diferenciado.

“Fui procurado pelos promotores de evento, mas nunca dei nenhum tipo de alvará em troca de nada. Sempre que recebi, encaminhei para a secretaria responsável”, disse.

“Nunca recebi dinheiro de empresas que promovem shows”, enfatizou.

O vereador também afirmou que é amigo de Rodrigo Leal, ex-chefe de cerimonial da Câmara, mas garantiu que não tem nenhuma relação com as ações dele. Paulo Henrique também afirmou que foi ele quem indicou Rodrigo Leal para uma vaga na Câmara de Cuiabá e que seu amigo apresentou todas as certidões negativas exigidas para ingressar no serviço público.

“Minha mãe sempre dizia, mas a gente não consegue enxergar a pessoa dali pra lá. Tomem cuidado com as pessoas que estão ao seu lado”, disse.

“O envolvido Rodrigo Leal está no gabinete, é indicação do vereador Paulo Henrique. Volto a dizer, não minto, é meu amigo. Agora, o que ele faz pra lá, ele vai ter que provar. Quando eu indiquei: ‘procure a secretaria tal’, dali pra lá ele vai ter que provar com os envolvidos pra lá, não com o vereador Paulo Henrique”, completou.

Em momento mais emocionado de seu discurso, Paulo Henrique lembrou que tem um filho autista que presenciou o cumprimento da busca e apreensão pela Polícia Federal.

“Eu tenho um filho autista, de 5 anos, e digo à senhora: quando nós fomos abordados, o filho perguntou pra mãe: ‘será que a polícia vai atirar no meu pai?’”, contou, com a voz embargada.

“Peço esses 31 dias, é uma fase de investigação, mas eu quero celeridade e eu quero provar o mais rápido possível a minha inocência”, asseverou.

Após o discurso, Paulo Henrique deixou a Câmara sem conversar com a imprensa.

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