A vereadora Katiuscia Manteli (PSB), integrante da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá, se manifestou de forma contundente contra a proposta de emitir uma nota de repúdio aprovada por outros parlamentares municipais, que criticava deputados estaduais pela votação relacionada aos chamados “mercadinhos” em presídios. Em conversa com jornalistas nesta quinta-feira, 17 de abril, a parlamentar destacou sua oposição firme à ideia dos mercadinhos, mas criticou o uso da nota como instrumento político dentro do legislativo.
“Sou muito, muito contra os mercadinhos nos presídios. Mas também sou contra parlamentar repudiar outro parlamentar. E se nós começarmos a repudiar outros parlamentares pela forma com que eles votam em plenário, nós estamos abrindo precedente para sermos repudiados aqui também”, declarou.
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A vereadora defendeu o direito de cada parlamentar votar de acordo com sua consciência e mandato, enfatizando que manifestações como panelaços ou protestos populares são legítimos, mas que a institucionalização do repúdio por colegas parlamentares é inadequado. “Eu acho que parlamentar não deve repudiar parlamentar em decisões em plenário, porque tem legitimidade para isso”, argumentou.
Ela também relembrou episódios anteriores, citando a criação da Taxa do Lixo, votada no ano passado, para mostrar o que considera uma incoerência. “Algum vereador, que inclusive agora fez e assinou nota de repúdio, fez nota de repúdio contra os vereadores que aprovaram a taxa de lixo?”, questionou.
Contra “resorts” em presídios
Apesar de ser contra a nota de repúdio, a vereadora reforçou sua posição contra regalias a detentos. “Tem vezes que aquilo lá mais parece um resort, né?! Os presos que estão lá têm direitos e regalias maiores do que as famílias, muitas vezes, nas quais os que estão lá fizeram suas vítimas”.
Ela também pontuou que a não adesão de grande parte dos vereadores à votação da nota mostra que o posicionamento contrário à proposta não é isolado. “Vimos ontem que grande parte dos vereadores não votou, preferiram não fazer a votação, até mesmo para que não houvesse a inversão no título de dizer que somos a favor dos mercadinhos e nós não somos, estamos do lado do cidadão do bem”, concluiu.
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