A vereadora Michelly Alencar (União Brasil) vai pedir à Comissão de Ética que investigue a exoneração da ex-chefe de gabinete Laura Abreu, que está gestante e já se encontrava nesse estado quando foi desligada da Câmara Municipal de Cuiabá. Michelly pretende incluir a pauta no mesmo procedimento instaurado contra Edna Sampaio (PT), acusada de esquema de rachadinha em seu gabinete. O requerimento deve ser entregue até quarta-feira (28).
A parlamentar aguarda apenas um laudo, que deve ser entregue pela própria Laura, com informações sobre sua gestação. Assim que o documento for entregue, ela deve protocolar o pedido à presidência da Comissão de Ética.
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Michelly alega que tentou resolver a situação dentro da Comissão de Direitos das Mulheres, que ela preside. Lá, segundo ela, Edna teria pedido que não convocasse sua ex-chefe de gabinete, devido à gravidez de Laura ser de risco.
A oitiva da ex-chefe de gabinete foi realizada na última quinta-feira, 22, ocasião em que ela foi questionada sobre seu estado de saúde e negou, por mais de uma vez, que sua gestação seja de risco.
Diante da resposta, Michelly chegou a afirmar que a conduta de Edna teria agido para atrapalhar as investigações da Comissão de Direitos das Mulheres. Contudo, essa comissão não tem prerrogativa de investigação.
Passados os dias, Alencar falou ao Estadão Mato Grosso nesta segunda-feira, 26, e ressaltou essa mesma informação.
Mais cedo, o Estadão Mato Grosso noticiou que Michelly pretende pedir o afastamento de Edna Sampaio da Comissão de Direitos das Mulheres até que seu procedimento seja concluído na Casa.
Em resposta, Edna destacou que a comissão não tem essa prerrogativa e que a única a ter esse tipo de atribuição é a Comissão de Ética. Além disso, Sampaio também lembrou que seu processo ainda não foi concluído e, portanto, não pode sofrer nenhum tipo de punição adiantada.
“Ela [Michelly] não tem esse poder, porque a Comissão das mulheres, não existe uma hierarquia entre os vereadores e vereadoras, e não tem o papel de sancionar qualquer tipo de medida contra vereadores e vereadoras. Então, ela está equivocada em relação ao papel que a comissão tem, inclusive, esteve equivocada quando diz que me convocou para a reunião da comissão de mulheres. Ela não tem o poder de me convocar, eu vou de livre e espontânea vontade. Fui, porque achava importante falar sobre o caso na Comissão das Mulheres”, disse.
À reportagem, a assessoria de imprensa da vereadora Edna Sampaio afirmou que não vai se manifestar sobre esse pedido de investigação acerca da exoneração de Laura Abreu.
O CASO
Nos últimos meses, a vereadora ficou no “olho do furacão” por duas vezes, ambas envolvendo sua ex-chefe de gabinete Laura Abreu. O primeiro caso se referiu à demissão da servidora, quando a Casa homologou a rescisão no valor de R$ 70 mil.
O valor chamou a atenção da imprensa e repercutiu nos meios de comunicação estaduais. Com isso, veio à tona a informação que Laura já estava gestante quando foi desligada. O assunto acabou esfriando e a vereadora tomou fôlego por alguns dias.
No começo de maio, porém, o portal RDNews teve acesso a conversas de Laura nas quais ela é cobrada a transferir os valores da verba indenizatória, de R$ 6 mil, para contas pertencentes à parlamentar. A cobrança é feita pelo marido da vereadora, o ex-presidente estadual do PT, William Sampaio.
Desde então, Edna tem estampado as manchetes regionais, ora denunciada, ora tentando refutar as acusações.