Às vésperas do ato em defesa da construção da Ferrogrão, o governador Mauro Mendes (DEM) se manifestou a favor da continuidade dos processos para implantação da ferrovia. Há uma crescente mobilização de ambientalistas, indígenas e políticos internacionais de esquerda contra a Ferrogrão, que acabou alçada ao patamar de uma ‘nova Belo Monte’, em referência à construção de uma das maiores usinas hidrelétricas do Brasil, no coração da Amazônia.
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Uma comitiva internacional formada por membros da Internacional Progressista, entidade criada pelo senador americano Bernie Sanders, está visitando o Brasil esta semana para fazer pressão contra a Ferrogrão. A expectativa é que eles permaneçam no país até o final da semana.
Em resposta às críticas, haverá neste sábado (21) uma manifestação em defesa da Ferrogrão, que contará com a presença do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e de toda a classe política mato-grossense. Isso porque a ferrovia é um sonho gestado há décadas pela população do Nortão, que tenta conquistar a saída para os portos do Arco Norte e aumentar a competitividade da produção mato-grossense.
“Desde o primeiro dia de mandato tenho cobrado essa questão. A Ferrogrão, assim como a Fico e a ferrovia estadual que lançamos no mês passado, são importantes alternativas para que a logística de Mato Grosso esteja à altura do volume da produção. Somos os maiores produtores de alimentos do país e um dos maiores do mundo”, destacou o governador.
Apesar das forças contrárias, Mauro disse acreditar que o governo federal conseguirá tirar a ferrovia do papel. Por hora, todos os projetos da Ferrogrão encontram-se paralisados devido a uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apontou inconstitucionalidade no processo legislativo que reduziu a área do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, para dar espaço para construção da ferrovia.
“Temos visto o esforço do governo federal, do ministro [Tarcísio de Freitas], da nossa bancada e aqui do governo do Estado para que a ferrovia consiga ser lançada. E vamos continuar lutando por todas as boas iniciativas que melhorem a vida dos mato-grossenses”, destacou Mauro, afirmando que irá lutar “com unhas e dentes” pela Ferrogrão.
Com cerca de mil quilômetros de extensão, a Ferrogrão tem um investimento estimado em cerca de R$ 21 bilhões e é considerada a principal aposta do governo Jair Bolsonaro para a logística brasileira. O planejamento prevê que a ferrovia entre em operação até 2030. Caso se concretize, ela deve derrubar o custo do frete para os produtores mato-grossenses em até 30%.
Já Mauro vê outras vantagens, inclusive de cunho ambiental. O governador ressalta que a ferrovia irá desafogar o trânsito na BR-163, reduzindo os riscos de transitar pela rodovia e também o impacto ambiental causado pelos caminhões que escoam a safra mato-grossense. Além disso, irá impulsionar os investimentos na região, gerando empregos.
“A Ferrogrão tem investimento previsto de mais de R$ 21 bilhões. Isso vai gerar milhares de empregos. E, ao contrário do que tem sido ventilado por alguns, é uma obra sustentável, que pode ser implementada com total respeito ao meio ambiente”, concluiu.
